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Bem vind@ à página de Ton MarMel (anTONio MARtins MELo), Artista Visual que desde infante manifestou talento para pintura, desenho, escultura, frequentou a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, recebeu vários prêmios, participou de salões de arte, exposições individuais e coletivas, e também é jurista, Advogado pós-graduado, especialista em Direito Público.

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Série: NÓS, BRINQUEDOS


APRESENTAÇÃO



Ao realizar este trabalho, tive a intenção de colaborar com educadores, fornecendo-lhes subsídios para o enriquecimento de suas interações com crianças.


(Nós em Auto-retrato. Ton MarMel) 



Piaget esteve em minha mente durante todo o tempo em que o realizei, mas não foi meu propósito montar uma exposição ou escrever um livro teórico, e sim produzir uma série de trabalhos que regatasse a memória dos brinquedos de minha infância e servisse de recurso para estimulação do desenvolvimento infantil, adormecido em muito adulto.

Procurei evitar o emprego de imagens que remetessem a terminologias específicas em favor de uma comunicação mais simples, sintética, estética, poética, lúdica e plástica.

Evitei também a indicação de brinquedos por critério de adequação às diferentes faixas etárias e optei pela consideração do nível de desenvolvimento segundo os estágios citados por Piaget.

Abordei, assim, os períodos sensoriomotor, pré-operacional e o início do período das operações concretas.

Não organizei a apresentação de brinquedos por critério de graduação de dificuldades por julgar que a seriação é bastante relativa, pois o mesmo brinquedo poderia ser indicado para diferentes etapas de desenvolvimento, visto que proporciona explorações com diferentes níveis de dificuldade.

A distribuição dos brinquedos pelos estágios não deve ser considerada rigidamente pelas seguintes razões:

1. O que determina a validade do brinquedo é o interesse que a criança sentir por ele.

2. Muitos comportamentos aparecem num período e se afirmam no outro; este fato torna questionáveis as indicações.

3. Uma criança pode estar em um determinado estágio de pensamento no que se refere à realização de determinadas atividades e em outro estágio para outro tipo de atividades.

4. Crianças com o mesmo coeficiente intelectual podem apresentar diferenças substanciais no desempenho de determinadas tarefas.

Por estas razões, a sequência de apresentação de brinquedos nesta série não tem a pretensão de ser uma ordenação por grau de dificuldade, nem tão pouco tese de mestrado. Mas, com certeza reflete o universo de brinquedos com o qual me deparei direta ou indiretamente, com os quais me deliciei ou foram objetos de meu desejo.

Na organização de recursos pedagógicos corre-se sempre o risco de parecer diretivo; por esta razão, nunca é demais ressaltar que, de maneira alguma, pretendi fazer uma "programação de brinquedos", mas sim abrir um leque de possibilidades que estimulasse o processo criativo das pessoas que irão preparar o campo para as descobertas e as reinvenções das crianças e de si mesmas.

Em resumo, pretendi contribuir com subsídios para o enriquecimento do processo criativo do expectador que, certamente, irá criar muitas outras alternativas dentro do seu papel de apreciador e ‘reinventante’ de si mesmo.

Não dei fórmulas, mas apresentei possibilidades que poderão ocorrer.

O importante é que as crianças e todos nós brinquemos a vida inteira criativamente, fazendo nossas próprias experiências, investigando, inventando e reinventando tudo e a nós mesmos, o tempo todo, incansavelmente, durante toda a existência de nossas vidas.

Os professores podem guiá-las proporcionando-lhes os materiais apropriados, mas o essencial é que. para que uma criança entenda, deve construir ela mesma, deve reinventar. Cada vez que ensinamos algo a uma criança estamos impedindo que ela descubra por si mesma. Por outro lado, aquilo que permitimos que descubra por si mesma, permanecerá com ela. (JEAN PIAGET.)


(Abraçando o Verde. Ton MarMel)



INTRODUÇÃO


Ninguém te sacudiu pelos ombros quando ainda era tempo. Agora, a argila de que és feito já secou e endureceu e nada mais poderá despeitar em ti o místico adormecido ou o poeta ou o astrônomo que talvez te habitassem.(EXUPÉRY.)

A cada dia que passa, as crianças vão mais cedo à escola. As esco por sua vez, vangloriam-se do aceleramento de seus programas e da objetieus currículos. Encurta-se a infância, a tão preciosa, a sagrada infância do ser humano, o período em que a semente brotada começa a desabrochar, vivendo um processo que a transformará em adulto.

A FRAGILIDADE DESTA PEQUENA PLANTINHA DEIXA-A TOTALMENTE À MERCÊ DOS QUE A CERCAM.

O homem, ao contrário dos animais, é totalmente dependente nos seus primeiros anos de vida. E esta dependência não se refere somente ao seu corpo, uma vez que também sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. O poeta, o artista, o pai, a mãe, o criminoso, o amigo, o idealista ou o traidor estão latentes na criança pequena. Depende de nós a nutrição e o cultivo destes diferentes aspectos da personalidade humana. A preocupação com a saúde da criança tem que abranger também a sua saúde emocional, caso contrário nunca chegaremos a ter adultos equilibrados, capazes de construir uma sociedade mais harmoniosa. Não basta nutrir o corpo, é preciso nutrira alma. Não basta zelar pela qualidade dos alimentos, é preciso zelar pela qualidade das oportunidades que estão sendo oferecidas à criança para desenvolver suas potencialidades.

Quanto mais cedo colocarmos a criança em situações rigidamente estruturadas e conduzidas, menos possibilidade terá ela de chegar a encontrar seu jeito de ser, sua vocação, sua afetividade.

Sua espontaneidade é comprometida pela necessidade de cumprir tarefas predeterminadas e de ter um desempenho que lhe assegure uma boa colocação dentro da escala de valores situados entre o êxito e o fracasso.

A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano, precisa ser mais considerada; o espaço lúdico da criança está merecendo maior atenção, pois é o espaço para a expressão mais genuína do ser, é o espaço do exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.


POR QUE BRINCAR?


Porque o brinquedo é oportunidade de desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta e experimentamos a criança adormecida em nós mesmos; descobrimos, inventamos, exercitamos e conferimos nossas habilidades.

O brinquedo estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança. Proporciona aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração da atenção, da capacidade de expressão plástica.

Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual. É uma arte, um dom natural que, quando bem cultivado, irá contribuir para a eficiência e o equilíbrio.

O brinquedo espontâneo pode ser considerado sob dois aspectos: auto-expressão e auto-realizaçâo.

A nível de auto-expressão estão as atividades livres, construções, dramatizações, música, artes plásticas, etc.

No nível de auto-realização, o brinquedo organizado, ou seja, aquele que tem uma proposta e portanto requer determinado desempenho. Quanto mais simples o material, mais fantasia exige; quanto mais sofisticado, em maior desafio se constitui, mas é sempre uma oportunidade para que se interaja, se façam escolhas e se tomem decisões.


POR QUE BRINQUEDOS?


Os brinquedos são meios intermediários entre a realidade da vida que a criança não pode abarcar e a sua natural fragilidade. (Seguin.)

Porque o brinquedo é um convite ao brincar, porque facilita e enriquece a brincadeira, proporcionando desafio e motivação.

Ao ver o brinquedo, a criança especialmente é tocada pela sua proposta; reconhece umas coisas, descobre outras, experimenta e reinventa; analisa, compara e cria. Sua imaginação se desenvolve e suas habilidades também. Enriquecendo seu mundo interior, tem mais coisas a comunicar e pode, cada vez mais, participar do mundo que a cerca.

O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança.

Um ursinho de pelúcia pode ser um bom companheiro. Uma bola que convida para um pouco de exercício, um quebra-cabeças que desafia a inteligência ou um colar de "pérolas" que faz a menina sentir-se bonita e importante como a mamãe, todos são como amigos, servindo de intermediários para que a criança consiga integrar-se melhor.

Através da experimentação, a criança aprende a controlar seus movimentos e a estabelecer ordem em seu mundo.

Quando tem acesso a farto material, satisfaz suas necessidades de desenvolvimento e sente-se atraída pelas possibilidades que eles representam. As crianças trabalham com materiais não somente para alcançar um objetivo, mas pelo prazer de experimentá-los e lidar com eles, tal como é para mim a arte.

Os brinquedos são alimentos para a fome de conhecer.


BRINQUEDO: DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM


O brinquedo proporciona o aprender-fazendo e para ser melhor aproveitado é conveniente que proporcione atividades dinâmicas e desafiadoras, que exijam participação ativa.

As situações-problema contidas na manipulação de certos materiais, se estiverem adequadas às necessidades do desenvolvimento da criança, fazem-na crescer através da procura de soluções e de alternativas.

O desempenho psicomotor da criança enquanto brinca alcança níveis que só mesmo a motivação intrínseca consegue.

Para que o brinquedo seja significativo para a criança é preciso que tenha pontos de contato com a sua realidade.


BRINQUEDO— INTELIGÊNCIA E CONCENTRAÇÃO DA ATENÇÃO

O brinquedo estimula a inteligência porque faz com que se solte a imaginação e se desenvolva a criatividade.

Mas, ao mesmo tempo, possibilita exercício de concentração, de atenção e de engajamento.

Distrai, porque oferece uma saída para a tensão provocada pela pressão do contexto adulto.

Possibilita exercício de atenção e concentração, porque leva a absorver-se na atividade.

Pode-se aumentar gradativamente a capacidade para permanecer em uma mesma atividade fornecendo-se, inicialmente, brinquedos que exijam menos tempo para que as atividades sejam realizadas, e, à medida que se consegue executá-las, oferecer jogos que solicitem maior tempo de utilização.

Como consequência da realização de uma atividade agradável e que provocou concentração, fica-se mais calmo e relaxado.


BRINQUEDO: DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM


O brinquedo e as brincadeiras são excelentes oportunidades para nutrir a linguagem. O contato com diferentes objetos e diferentes situações estimula também a linguagem interna e o aumento de vocabulário.

O entusiasmo da brincadeira faz com que a linguagem verbal se torne mais fluente e haja maior interesse pelo conhecimento de palavras novas. A variedade de situações que o brinquedo possibilita pode favorecer a aquisição de novos conceitos. A participação de um adulto, ou criança mais velha, pode enriquecer o processo; a criança faz experiências descobrindo as leis da natureza, o adulto introduz novos conceitos por ela vivenciados, completa assim, a sua integração.


BRINQUEDO: DESENVOLVIMENTO DA SOCIABILIDADE


Brincando, desenvolve-se o senso de companheirismo; jogando com companheiros, aprende-se a conviver ganhando ou perdendo, procurando entender regras e conseguir uma participação satisfatória.

No jogo, a lei não deriva do poder ou da autoridade, mas das regras, portanto, do jogo em si. Conhecidas as normas, todos têm as mesmas oportunidades, e participando do jogo, aprende-se a aceitar regras, pois o desafio é, justamente, em saber respeitá-las. Esperar sua vez, aceitar o resultado dos dados ou de outro fator de sorte são excelentes exercícios para lidar com frustrações e, ao mesmo tempo, elevar o nível de motivação.

Nas dramatizações, vive-se personagens diferentes, alargando assim sua compreensão sobre os relacionamentos humanos.

As relações cognitivas e afetivas, consequentes da interação lúdica, propiciam amadurecimento emocional e vão, pouco a pouco, construindo a sociabilidade infantil. Especialmente nos jogos grupais, a interação acontece de maneira mais fácil, pois é estimulada pela necessidade que os elementos de grupo tem de alcançar determinadas metas. Para extrair resultados mais ricos dessa interação é necessário mudar sempre os elementos dentro de cada grupo.


A RELAÇÃO CRIANÇA X BRINQUEDO X ADULTO


A maneira como as crianças tratam os brinquedos está relacionada com a forma como os receberam.

A criança sente quando está recebendo um brinquedo por razões subjetivas do adulto, que, muitas vezes, compra o brinquedo que gostaria de ter tido, que lhe dá status, que vai comprar afeto ou servir como recurso para livrar-se da criança por um bom espaço de tempo.

A forma de introduzir o brinquedo à criança é importante. Em certas situações, pode apenas ser colocado no ambiente que a criança vai explorar; outras vezes precisa ser apresentado a ela, e mostradas as possibilidades de exploração que oferece. De qualquer maneira, é indispensável que a criança seja atraída por ele.


OLHOS PARA VER


O adulto transmite à criança uma certa forma de "ver" as coisas. Quando apresentamos várias coisas ao mesmo tempo, ou então, por tempo insuficiente ou excessivo, estamos desestimulando o estabelecimento de uma atitude de observação.

Se quisermos que a criança aprenda a observar, se quisermos que ela realmente veja o que olha, teremos que escolher o momento certo para apresentar-lhe o objeto, motivá-la e dar-lhe'tempo suficiente para que sua percepção penetre o objeto; teremos também que respeitar o seu desinteresse. Insistir quando a criança já está cansada é propiciar aparecimento de certas reações negativas.


APRENDER A VER É O PRIMEIRO PASSO PARA O PROCESSO DE DESCOBERTA.

É o adulto quem pode proporcionar oportunidades para a criança ver coisas interessantes, mas é indispensável que respeitemos o momento de descoberta da criança para que ela possa desenvolver sua capacidade de concentração.

Assim como a criatividade da pessoa que interage com a criança poderá torná-la criativa, a paciência e a serenidade do adulto influenciarão também o desenvolvimento da capacidade de observar e de concentrar a atenção.


"BRINCA COM A GENTE..."

Brincar junto reforça os laços afetivos. É uma maneira de manifestar nosso amor à criança.

Todas as crianças gostam de brincar com os pais, com a professora, com os avós ou irmãos mais velhos.

A participação do adulto no jogo da criança eleva o nível de interesse, pelo enriquecimento que proporciona; pode também contribuir para o esclarecimento de dúvidas referentes às regras do jogo.

A criança sente-se ao mesmo tempo prestigiada e desafiada quando o parceiro da brincadeira é um adulto. Este, sua vez, pode levar a criança a fazer descobertas e a viver experiências que tornam o brinquedo mais estimulante e mais rico em aprendizado.

Através da observação do desempenho das crianças com seus brinquedos podemos avaliar o nível de seu desenvolvimento motor e cognitivo. Dentro da atmosfera lúdica, manifestam suas potencialidades e, ao observá-las, poderemos enriquecer sua aprendizagem, fornecendo, através dos brinquedos, elementos nutrientes para seu desenvolvimento.

Devemos aproveitar esses momentos utilizando palavras adequadas, escutaras próprias palavras para verificar se estamos falando claramente e procurar responder por observações, perguntas ou ações. Não colocar informações novas em excesso para que a criança possa aprender o que ouve; adaptar as frases ao nível da compreensão da criança, mas sem infantilizá-las.

O adulto interessado pode perceber o início do cansaço e do aborrecimento, momento em que a sua intervenção poderá ou animar ou propor uma outra atividade. Mas isto só deve acontecer quando realmente a atividade estiver se esvaziando, para evitar que a saturação aconteça.

O adulto que interage pode despertar a atenção e a compreensão da criança, enriquecendo seu brincar. Mas é imprescindível que antes de mais nada se observe como ela está brincando para respeitá-la, respeitando sua iniciativa, suas preferências, seu ritmo de ação e suas regras de jogo.

Não se deve interromper a concentração de uma criança que brinca, seria um sacrilégio. O momento em que ela está completamente absorvida pelo brinquedo é um momento mágico e precioso, em que está sendo exercitada uma capacidade da maior importância, da qual depende sua eficiência quando adulto, que é capacidade de observar e manter a atenção concentrada.

A criança deve explorar livremente o brinquedo, mesmo que a exploração não seja a que esperávamos. É preciso cuidado para que a intervenção do adulto não interrompa a linha de pensamento da criança e não atrapalhe a simbolização que estava fazendo.

Para preservar a ludicidade, o adulto deve limitar-se a sugerir, a estimular, a explicar, sem impor determinada forma de agir. Que a criança aprenda a utilizar o jogo descobrindo e compreendendo, e não por simples imitação.

Por ser importante que as atividades envolvam operações do pensamento, que solicitem a imaginação, a criatividade, e que possibilitem a descoberta, é necessária a participação eventual do adulto. A criança precisa de alguém que a escute e que a motive a falar, a pensar e a inventar. Precisa tanto de atividades grupais que a levem a sociabilizar-se quanto de atividades individualizadas que possibilitem o atendimento às suas necessidades pessoais.

E quando a atividade tiver que ser interrompida, deve dar-se um tempo para a transição e mudança de atividade. Não podemos violentar a criança invadindo bruscamente o seu mundo.


“BRINQUE... MAS DEPOIS VOCÊ TEM QUE ARRUMAR TUDO.”

Esta frase antipática certamente tem uma justificativa, porém existem formas bem mais eficazes de fazer com que a criança adquira hábitos de ordem.

A arrumação dos brinquedos, colocada nestes termos, assume caráter punitivo, que irá provocar má vontade na hora de guardá-los.

O hábito de guardar os brinquedos com cuidado pode ser desenvolvido através da participação da criança na arrumação feita pelo adulto. Quando os pais ou a professora têm o hábito de, constante e naturalmente, guardar as peças com carinho depois de utilizá-las, automaticamente a criança adquire o mesmo hábito e aprende que zelar pela ordem e conservação do brinquedo é normal, e pode haver satisfação em guardar como houve no brincar.


BRINCAR X TRABALHAR


Porque no brincar existe necessariamente participação e engajamento, o brinquedo é certamente uma forma de desenvolver a capacidade de engajar-se, de manter-se ativo e participante. A criança que brinca bastante será um adulto trabalhador. A criança que sempre participou de jogos e brincadeiras grupais saberá trabalhar em grupo; por ter aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá também respeitar as normas grupais e sociais. E brincando bastante que a criança vai aprender a ser um adulto consciente, capaz de participar e engajar-se na vida de sua comunidade.

O brinquedo é o trabalho da criança. Como já dissemos antes, o brinquedo exercita capacidades indispensáveis a qualquer adulto profissionalmente bem-sucedido.

Se a criança brinca, acostuma-se a ter seu tempo livre criativamente utilizado. Este hábito, se bem cultivado, além de trazer satisfação, irá se transformando, com a maturidade, em atitudes de predisposição para o trabalho. O importante é que seja preservada a gratuidade e o prazer; o gosto de fazer as coisas por elas mesmas e não somente pelos resultados que possam ser alcançados.

Permanecendo o prazer e o hábito de ocupar-se criativamente, a escolha profissional certamente será mais fácil e trabalho e lazer ficarão tão próximos que a única coisa que os distinguirá será a obrigatoriedade.

Quando a educação pela inteligência for uma realidade, não haverá mais razão para se conceituar opostamente lazer-trabalho, pois sendo o prazer e a criatividade preservados, a ludicidade estará igualmente presente.