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Bem vind@ à página de Ton MarMel (anTONio MARtins MELo), Artista Visual que desde infante manifestou talento para pintura, desenho, escultura, frequentou a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, recebeu vários prêmios, participou de salões de arte, exposições individuais e coletivas, e também é jurista, Advogado pós-graduado, especialista em Direito Público.

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sábado, maio 28, 2011

NÓS, BRINQUEDOS em TEXTO-TESE indicativo



Tema de mais de 600 obras de artes plásticas distribuídas em 4 volumes

Volume I: Poeira em alto mar
Volume II: As tranças do careca
Volume III: A volta dos que não foram
Volume IV: O segredo conhecido



APRESENTAÇÃO


Ao realizar este trabalho, tive a intenção de colaborar com educadores, fornecendo-lhes subsídios para o enriquecimento de suas interações com crianças.

Piaget esteve em minha mente durante todo o tempo em que o realizei, mas não foi meu propósito montar uma exposição ou escrever um livro teórico, e sim produzir uma série de trabalhos que regatasse a memória dos brinquedos de minha infância e servisse de recurso para estimulação do desenvolvimento infantil, adormecido em muito adulto.

Procurei evitar o emprego de imagens que remetessem a terminologias específicas em favor de uma comunicação mais simples, sintética, estética, poética, lúdica e plástica.

Evitei também a indicação de brinquedos por critério de adequação às diferentes faixas etárias e optei pela consideração do nível de desenvolvimento segundo os estágios citados por Piaget.

Abordei, assim, os períodos sensoriomotor, pré-operacional e o início do período das operações concretas.

Não organizei a apresentação de brinquedos por critério de graduação de dificuldades por julgar que a seriação é bastante relativa, pois o mesmo brinquedo poderia ser indicado para diferentes etapas de desenvolvimento, visto que proporciona explorações com diferentes níveis de dificuldade.

A distribuição dos brinquedos pelos estágios não deve ser considerada rigidamente pelas seguintes razões:

1 - O que determina a validade do brinquedo é o interesse que a criança sentir por ele.

2 - Muitos comportamentos aparecem num período e se afirmam no outro; este fato torna questionáveis as indicações.

3 - Uma criança pode estar em um determinado estágio de pensamento no que se refere à realização de determinadas atividades e em outro estágio para outro tipo de atividades.

4 - Crianças com o mesmo coeficiente intelectual podem apresentar diferenças substanciais no desempenho de determinadas tarefas.

Por estas razões, a sequência de apresentação de brinquedos nesta série, composta de 4 volumes e cerca de 400 trabalhos, não tem a pretensão de ser uma ordenação por grau de dificuldade, nem tão pouco tese de mestrado. Mas, com certeza reflete o universo de brinquedos com o qual me deparei direta ou indiretamente, com os quais me deliciei ou foram objetos de meu desejo.

Na organização de recursos pedagógicos corre-se sempre o risco de parecer diretivo; por esta razão, nunca é demais ressaltar que, de maneira alguma, pretendi fazer uma "programação de brinquedos", mas sim abrir um leque de possibilidades que estimulasse o processo criativo das pessoas que irão preparar o campo para as descobertas e as reinvenções das crianças e de si mesmas.

Em resumo, pretendi contribuir com subsídios para o enriquecimento do processo criativo do expectador que, certamente, irá criar muitas outras alternativas dentro do seu papel de apreciador e ‘reinventante’ de si mesmo.

Não dei fórmulas, mas apresentei possibilidades que poderão ocorrer.

O importante é que as crianças e todos nós brinquemos a vida inteira criativamente, fazendo nossas próprias experiências, investigando, inventando e reinventando tudo e a nós mesmos, o tempo todo, incansavelmente, durante toda a existência de nossas vidas.

Os professores podem guiá-las proporcionando-lhes os materiais apropriados, mas o essencial é que. para que uma criança entenda, deve construir ela mesma, deve reinventar. Cada vez que ensinamos algo a uma criança estamos impedindo que ela descubra por si mesma. Por outro lado, aquilo que permitimos que descubra por si mesma, permanecerá com ela. (JEAN PIAGET.)


INTRODUÇÃO


Ninguém te sacudiu pelos ombros quando ainda era tempo. Agora, a argila de que és feito já secou e endureceu e nada mais poderá despeitar em ti o místico adormecido ou o poeta ou o astrônomo que talvez te habitassem. (EXUPÉRY.)

A cada dia que passa, as crianças vão mais cedo à escola. As escolas, por sua vez, vangloriam-se do aceleramento de seus programas e da objetividade de seus currículos. Encurta-se a infância, a tão preciosa, a sagrada infância do ser humano, o período em que a semente brotada começa a desabrochar, vivendo um processo que a transformará em adulto.

A fragilidade desta pequena plantinha deixa-a totalmente à mercê dos que a cercam.

O homem, ao contrário dos animais, é totalmente dependente nos seus primeiros anos de vida. E esta dependência não se refere somente ao seu corpo, uma vez que também sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. O poeta, o artista, o pai, a mãe, o criminoso, o amigo, o idealista ou o traidor estão latentes na criança pequena. Depende de nós a nutrição e o cultivo destes diferentes aspectos da personalidade humana. A preocupação com a saúde da criança tem que abranger também a sua saúde emocional, caso contrário nunca chegaremos a ter adultos equilibrados, capazes de construir uma sociedade mais harmoniosa. Não basta nutrir o corpo, é preciso nutrira alma. Não basta zelar pela qualidade dos alimentos, é preciso zelar pela qualidade das oportunidades que estão sendo oferecidas à criança para desenvolver suas potencialidades.

Quanto mais cedo colocarmos a criança em situações rigidamente estruturadas e conduzidas, menos possibilidade terá ela de chegar a encontrar seu jeito de ser, sua vocação, sua afetividade.

Sua espontaneidade é comprometida pela necessidade de cumprir tarefas predeterminadas e de ter um desempenho que lhe assegure uma boa colocação dentro da escala de valores situados entre o êxito e o fracasso.

A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano, precisa ser mais considerada; o espaço lúdico da criança está merecendo maior atenção, pois é o espaço para a expressão mais genuína do ser, é o espaço do exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.


POR QUE BRINCAR?


Porque o brinquedo é oportunidade de desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta e experimentamos a criança adormecida em nós mesmos; descobrimos, inventamos, exercitamos e conferimos nossas habilidades.

O brinquedo estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança. Proporciona aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração da atenção, da capacidade de expressão plástica.

Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual. É uma arte, um dom natural que, quando bem cultivado, irá contribuir para a eficiência e o equilíbrio.

O brinquedo espontâneo pode ser considerado sob dois aspectos: auto-expressão e auto-realizaçâo.

A nível de auto-expressão estão as atividades livres, construções, dramatizações, música, artes plásticas, etc.

No nível de auto-realização, o brinquedo organizado, ou seja, aquele que tem uma proposta e portanto requer determinado desempenho. Quanto mais simples o material, mais fantasia exige; quanto mais sofisticado, em maior desafio se constitui, mas é sempre uma oportunidade para que se interaja, se façam escolhas e se tomem decisões.


POR QUE BRINQUEDOS?


Os brinquedos são meios intermediários entre a realidade da vida que a criança não pode abarcar e a sua natural fragilidade. (Seguin.)

Porque o brinquedo é um convite ao brincar, porque facilita e enriquece a brincadeira, proporcionando desafio e motivação.

Ao ver o brinquedo, a criança especialmente é tocada pela sua proposta; reconhece umas coisas, descobre outras, experimenta e reinventa; analisa, compara e cria. Sua imaginação se desenvolve e suas habilidades também. Enriquecendo seu mundo interior, tem mais coisas a comunicar e pode, cada vez mais, participar do mundo que a cerca.

O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança.

Um ursinho de pelúcia pode ser um bom companheiro. Uma bola que convida para um pouco de exercício, um quebra-cabeças que desafia a inteligência ou um colar de "pérolas" que faz a menina sentir-se bonita e importante como a mamãe, todos são como amigos, servindo de intermediários para que a criança consiga integrar-se melhor.

Através da experimentação, a criança aprende a controlar seus movimentos e a estabelecer ordem em seu mundo.

Quando tem acesso a farto material, satisfaz suas necessidades de desenvolvimento e sente-se atraída pelas possibilidades que eles representam. As crianças trabalham com materiais não somente para alcançar um objetivo, mas pelo prazer de experimentá-los e lidar com eles, tal como é para mim a arte.

Os brinquedos são alimentos para a fome de conhecer.


BRINQUEDO - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM


O brinquedo proporciona o aprender-fazendo e para ser melhor aproveitado é conveniente que proporcione atividades dinâmicas e desafiadoras, que exijam participação ativa.

As situações-problema contidas na manipulação de certos materiais, se estiverem adequadas às necessidades do desenvolvimento da criança, fazem-na crescer através da procura de soluções e de alternativas.

O desempenho psicomotor da criança enquanto brinca alcança níveis que só mesmo a motivação intrínseca consegue.

Para que o brinquedo seja significativo para a criança é preciso que tenha pontos de contato com a sua realidade.


BRINQUEDO— INTELIGÊNCIA E CONCENTRAÇÃO DA ATENÇÃO

O brinquedo estimula a inteligência porque faz com que se solte a imaginação e se desenvolva a criatividade.

Mas, ao mesmo tempo, possibilita exercício de concentração, de atenção e de engajamento.

Distrai, porque oferece uma saída para a tensão provocada pela pressão do contexto adulto.

Possibilita exercício de atenção e concentração, porque leva a absorver-se na atividade.

Pode-se aumentar gradativamente a capacidade para permanecer em uma mesma atividade fornecendo-se, inicialmente, brinquedos que exijam menos tempo para que as atividades sejam realizadas, e, à medida que se consegue executá-las, oferecer jogos que solicitem maior tempo de utilização.

Como consequência da realização de uma atividade agradável e que provocou concentração, fica-se mais calmo e relaxado.


BRINQUEDO — DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM


O brinquedo e as brincadeiras são excelentes oportunidades para nutrir a linguagem. O contato com diferentes objetos e diferentes situações estimula também a linguagem interna e o aumento de vocabulário.

O entusiasmo da brincadeira faz com que a linguagem verbal se torne mais fluente e haja maior interesse pelo conhecimento de palavras novas. A variedade de situações que o brinquedo possibilita pode favorecer a aquisição de novos conceitos. A participação de um adulto, ou criança mais velha, pode enriquecer o processo; a criança faz experiências descobrindo as leis da natureza, o adulto introduz novos conceitos por ela vivenciados, completa assim, a sua integração.


BRINQUEDO - DESENVOLVIMENTO DA SOCIABILIDADE


Brincando, desenvolve-se o senso de companheirismo; jogando com companheiros, aprende-se a conviver ganhando ou perdendo, procurando entender regras e conseguir uma participação satisfatória.

No jogo, a lei não deriva do poder ou da autoridade, mas das regras, portanto, do jogo em si. Conhecidas as normas, todos têm as mesmas oportunidades, e participando do jogo, aprende-se a aceitar regras, pois o desafio é, justamente, em saber respeitá-las. Esperar sua vez, aceitar o resultado dos dados ou de outro fator de sorte são excelentes exercícios para lidar com frustrações e, ao mesmo tempo, elevar o nível de motivação.

Nas dramatizações, vive-se personagens diferentes, alargando assim sua compreensão sobre os relacionamentos humanos.

As relações cognitivas e afetivas, consequentes da interação lúdica, propiciam amadurecimento emocional e vão, pouco a pouco, construindo a sociabilidade infantil. Especialmente nos jogos grupais, a interação acontece de maneira mais fácil, pois é estimulada pela necessidade que os elementos de grupo tem de alcançar determinadas metas. Para extrair resultados mais ricos dessa interação é necessário mudar sempre os elementos dentro de cada grupo.


A RELAÇÃO CRIANÇA X BRINQUEDO X ADULTO


A maneira como as crianças tratam os brinquedos está relacionada com a forma como os receberam.

A criança sente quando está recebendo um brinquedo por razões subjetivas do adulto, que, muitas vezes, compra o brinquedo que gostaria de ter tido, que lhe dá status, que vai comprar afeto ou servir como recurso para livrar-se da criança por um bom espaço de tempo.

A forma de introduzir o brinquedo à criança é importante. Em certas situações, pode apenas ser colocado no ambiente que a criança vai explorar; outras vezes precisa ser apresentado a ela, e mostradas as possibilidades de exploração que oferece. De qualquer maneira, é indispensável que a criança seja atraída por ele.


OLHOS PARA VER


O adulto transmite à criança uma certa forma de "ver" as coisas. Quando apresentamos várias coisas ao mesmo tempo, ou então, por tempo insuficiente ou excessivo, estamos desestimulando o estabelecimento de uma atitude de observação.

Se quisermos que a criança aprenda a observar, se quisermos que ela realmente veja o que olha, teremos que escolher o momento certo para apresentar-lhe o objeto, motivá-la e dar-lhe'tempo suficiente para que sua percepção penetre o objeto; teremos também que respeitar o seu desinteresse. Insistir quando a criança já está cansada é propiciar aparecimento de certas reações negativas.


APRENDER A VER É O PRIMEIRO PASSO PARA O PROCESSO DE DESCOBERTA.

É o adulto quem pode proporcionar oportunidades para a criança ver coisas interessantes, mas é indispensável que respeitemos o momento de descoberta da criança para que ela possa desenvolver sua capacidade de concentração.

Assim como a criatividade da pessoa que interage com a criança poderá torná-la criativa, a paciência e a serenidade do adulto influenciarão também o desenvolvimento da capacidade de observar e de concentrar a atenção.


"BRINCA COM A GENTE..."

Brincar junto reforça os laços afetivos. É uma maneira de manifestar nosso amor à criança.

Todas as crianças gostam de brincar com os pais, com a professora, com os avós ou irmãos mais velhos.

A participação do adulto no jogo da criança eleva o nível de interesse, pelo enriquecimento que proporciona; pode também contribuir para o esclarecimento de dúvidas referentes às regras do jogo.

A criança sente-se ao mesmo tempo prestigiada e desafiada quando o parceiro da brincadeira é um adulto. Este, sua vez, pode levar a criança a fazer descobertas e a viver experiências que tornam o brinquedo mais estimulante e mais rico em aprendizado.

Através da observação do desempenho das crianças com seus brinquedos podemos avaliar o nível de seu desenvolvimento motor e cognitivo. Dentro da atmosfera lúdica, manifestam suas potencialidades e, ao observá-las, poderemos enriquecer sua aprendizagem, fornecendo, através dos brinquedos, elementos nutrientes para seu desenvolvimento.

Devemos aproveitar esses momentos utilizando palavras adequadas, escutaras próprias palavras para verificar se estamos falando claramente e procurar responder por observações, perguntas ou ações. Não colocar informações novas em excesso para que a criança possa aprender o que ouve; adaptar as frases ao nível da compreensão da criança, mas sem infantilizá-las.

O adulto interessado pode perceber o início do cansaço e do aborrecimento, momento em que a sua intervenção poderá ou animar ou propor uma outra atividade. Mas isto só deve acontecer quando realmente a atividade estiver se esvaziando, para evitar que a saturação aconteça.

O adulto que interage pode despertar a atenção e a compreensão da criança, enriquecendo seu brincar. Mas é imprescindível que antes de mais nada se observe como ela está brincando para respeitá-la, respeitando sua iniciativa, suas preferências, seu ritmo de ação e suas regras de jogo.

Não se deve interromper a concentração de uma criança que brinca, seria um sacrilégio. O momento em que ela está completamente absorvida pelo brinquedo é um momento mágico e precioso, em que está sendo exercitada uma capacidade da maior importância, da qual depende sua eficiência quando adulto, que é capacidade de observar e manter a atenção concentrada.

A criança deve explorar livremente o brinquedo, mesmo que a exploração não seja a que esperávamos. É preciso cuidado para que a intervenção do adulto não interrompa a linha de pensamento da criança e não atrapalhe a simbolização que estava fazendo.

Para preservar a ludicidade, o adulto deve limitar-se a sugerir, a estimular, a explicar, sem impor determinada forma de agir. Que a criança aprenda a utilizar o jogo descobrindo e compreendendo, e não por simples imitação.

Por ser importante que as atividades envolvam operações do pensamento, que solicitem a imaginação, a criatividade, e que possibilitem a descoberta, é necessária a participação eventual do adulto. A criança precisa de alguém que a escute e que a motive a falar, a pensar e a inventar. Precisa tanto de atividades grupais que a levem a sociabilizar-se quanto de atividades individualizadas que possibilitem o atendimento às suas necessidades pessoais.

E quando a atividade tiver que ser interrompida, deve dar-se um tempo para a transição e mudança de atividade. Não podemos violentar a criança invadindo bruscamente o seu mundo.


“BRINQUE... MAS DEPOIS VOCÊ TEM QUE ARRUMAR TUDO.”

Esta frase antipática certamente tem uma justificativa, porém existem formas bem mais eficazes de fazer com que a criança adquira hábitos de ordem.

A arrumação dos brinquedos, colocada nestes termos, assume caráter punitivo, que irá provocar má vontade na hora de guardá-los.

O hábito de guardar os brinquedos com cuidado pode ser desenvolvido através da participação da criança na arrumação feita pelo adulto. Quando os pais ou a professora têm o hábito de, constante e naturalmente, guardar as peças com carinho depois de utilizá-las, automaticamente a criança adquire o mesmo hábito e aprende que zelar pela ordem e conservação do brinquedo é normal, e pode haver satisfação em guardar como houve no brincar.


BRINCAR X TRABALHAR


Porque no brincar existe necessariamente participação e engajamento, o brinquedo é certamente uma forma de desenvolver a capacidade de engajar-se, de manter-se ativo e participante. A criança que brinca bastante será um adulto trabalhador. A criança que sempre participou de jogos e brincadeiras grupais saberá trabalhar em grupo; por ter aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá também respeitar as normas grupais e sociais. E brincando bastante que a criança vai aprender a ser um adulto consciente, capaz de participar e engajar-se na vida de sua comunidade.

O brinquedo é o trabalho da criança. Como já dissemos antes, o brinquedo exercita capacidades indispensáveis a qualquer adulto profissionalmente bem-sucedido.

Se a criança brinca, acostuma-se a ter seu tempo livre criativamente utilizado. Este hábito, se bem cultivado, além de trazer satisfação, irá se transformando, com a maturidade, em atitudes de predisposição para o trabalho. O importante é que seja preservada a gratuidade e o prazer; o gosto de fazer as coisas por elas mesmas e não somente pelos resultados que possam ser alcançados.

Permanecendo o prazer e o hábito de ocupar-se criativamente, a escolha profissional certamente será mais fácil e trabalho e lazer ficarão tão próximos que a única coisa que os distinguirá será a obrigatoriedade.

Quando a educação pela inteligência for uma realidade, não haverá mais razão para se conceituar opostamente lazer-trabalho, pois sendo o prazer e a criatividade preservados, a ludicidade estará igualmente presente.