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Bem vind@ à página de Ton MarMel (anTONio MARtins MELo), Artista Visual que desde infante manifestou talento para pintura, desenho, escultura, frequentou a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, recebeu vários prêmios, participou de salões de arte, exposições individuais e coletivas, e também é jurista, Advogado pós-graduado, especialista em Direito Público.

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terça-feira, abril 30, 2019

DIFERENÇA ENTRE ARTE E ARTESANATO

Arte é uma coisa completamente diferente de artesanato que boa parte das pessoas não sabe por falta de educação artística, falta de frequência aos espaços de arte.

Diferença entre Arte e Artesanato. (Ton MarMel #marmel #arte #artesanato)

Nunca Te Vi, Sempre Te Amei é título de livro, romance e filme de ficção!. Na vida real, para desenvolver o gosto, a aptidão, o interesse é preciso – antes de mais nada – se aproximar daquilo ou de quem se gosta. É preciso adquirir o hábito de visitar espaços de arte, ler sobre arte, interessar-se, aprofundar-se, do mesmo modo que se freqüenta uma faculdade, uma universidade para se adquirir conhecimento e formação profissional.

FILME NUNCA TE VI SEMPRE TE AMEI
Durante vinte anos HeleneHanff (Anne Bancroft), uma escritora americana, se corresponde com Frank Doel (Anthony Hopkins), o gerente de uma livraria especializada em edições raras e esgotadas. Tudo começou pelo fato de Helene adorar livros raros, que não se encontram em Nova York. Só que ela não poderia imaginar que uma carta para uma pequena livraria em Londres, que negocia livros de segunda mão, a levaria a iniciar um correspondência afetuosa com Frank. Neste período uma amizade muito especial surge entre os dois.
Ano de lançamento: 25 de dezembro de 1987 (Brasil)
Direção: David Jones
Roteiro: HeleneHanff, Hugh Whitemore
Autores: HeleneHanff, James Roose-Evans
Música composta por: George Fenton, Georg Friedrich Händel, Ian Samwell


Os meios de comunicação fornecem cultura pensada, ruminada, produzida, canalizada por essa ou aquela tendência política, por esse ou aquele grupo de orientação sexual. É necessário deixar a passividade do sofá de frente para a televisão e movimentar-se em direção aquilo que interessa além de um capítulo de uma novela, um show, um filme, um barzinho. É necessário ter opinião própria além da opinião mastigada num jornal televisivo tendencioso de mídia sensacionalista que quer a todo custo tornar o expectador um filiado militante cego, enviseirado, incapaz de formular opinião além da superficialidade que bóia nas superfícies.


Falar para artista expor junto com artesão é demonstrar falta de conhecimento e é desprestigiar e menosprezar o trabalho do artista.

Para ser artesão basta alguma habilidade manual e qualquer pessoa (dona de casa) pode desenvolver com alguma prática e tempo.

Para ser artista é preciso muito mais que habilidade manual: é preciso estudo, criatividade, objetividade em cada trabalho.

O objeto de arte tem um lugar e ambiente específico para ser exposto que é diferente do objeto do artesanato (são produtos completamente distintos que boa parte das pessoas confunde); é a mesma situação que comparar o trabalho de um médico, um dentista, um biólogo, um açougueiro, vendedor de colchão ao trabalho de um atendente de clínica, hospital, porque todos esses profissionais se vestem de jaleco, de modo parecido (todos esses possuem a mesma aparência profissional), ou de um advogado e de um rábula (ambos se vestem e até agem de modo parecido, mas o resultado do trabalho de ambos é completamente distinto).

Se as pessoas prestarem atenção verão que um trabalho de artesanato não possui uma identidade visual, um objetivo, um estudo, um sentido maior que não seja uma imagem reproduzida, ou objeto de utilidade desprovido de pessoalidade cuja função é ocupar um lugar e tornar visualmente um espaço mais agradável ou um objeto útil.

Não se trata de frescura nem de desprestigiar ou beneficiar esse ou aquele profissional. Mas se trata de dar o nome exato para o que as pessoas fazem.


EXEMPLIFICANDO A DIFERENÇA ENTRE ARTE E ARTESANATO

Para melhor visualizar a diferença entre arte e artesanato tem-se que em meados do século 20, ano de 1950, surgiu na Inglaterra um grupo de jovens artistas britânicos que encontrou campo fértil nos Estados Unidos, com Andy Warhol e Roy Lichtenstein, que começaram a incorporar em suas obras elementos da propaganda comercial, numa espécie de crítica a sociedade de consumo, ao individualismo, a produção em massa de produtos.

Lembra do movimento hippie e das feirinhas de produtos alternativos dos anos 1960 e 1970? Lembra do movimento da Contracultura? Da era Paz e Amor?! Pois é...

Nessa década (1950-1960), foram produzidas uma série de obras baseadas nas imagens dos artigos de consumo mais populares, daí o nome resumido de Pop Arte (arte popular), utilizada para nomear essa corrente artística que se apropriou de imagens da cultura de massa, tais como a foto da atriz Marilyn Monroe, do rótulo de enlatados da sopa Campbells e muitos outros.

Então, na ocasião, face a novidade, ao objetivo crítico e político que se propunha o movimento do Pop Art, suas manifestações eram obras de arte.

No entanto, posteriormente, o movimento caiu no gosto da população mesmo sem entendê-lo, e tais imagens foram absorvidas rapidamente e passaram a ser reproduzidas pela população em larga escala, em incontáveis superfícies (xícaras, capas de almofadas, etc.) como uma espécie de modismo que associava pessoas (mesmo alienadas!) à causa de combate à sociedade de consumo, que faziam questão de exibir imagens do Pop Art como símbolos de pessoas engajadas, cultas.

Mas essas reproduções populares não mais traziam nenhuma novidade, exceto a vaga lembrança de que seus portadores talvez possuíssem alguma ligação com linha de raciocínio dos membros do movimento de arte crítico que havia sido o Pop Art.

Assim, essas reproduções populares, associadas aos movimentos hippies do pós segunda guerra mundial (1945), ganharam o status de artesanato.

Mas, a palavra artesanato tem origem em “arte nativa”, “arte nata”, ou seja, um trabalho manual desenvolvido por habitantes de um local, com o uso de matérias primas encontradas na localidade, ou seja, a palavra artesanato tem tudo a haver com o movimento da contracultura que foi o movimento hippie, que se aproveitou do movimento da arte Art Pop, mas que em nada se parecia com a arte pop.

Aliás, apesar de utilizar objetos e imagens populares, endeusados pela grande massa da população, para criticar a sociedade de consumo, o individualismo, a produção em massa de produtos, o Pop Art jamais foi movimento de arte que saiu do ambiente artístico de galerias e museus e ganhou ruas e muito menos foi exposto em feiras de artesanato até porque a população não iria entendê-lo enquanto movimento de arte, do mesmo jeito que tal movimento e seus conceitos geraram grandes discussões em meios acadêmicos e longas análises sociológicas.






segunda-feira, abril 15, 2019

ARTE NADA SUPÉRFLUA

Conheci uma senhora artista que pintava porcelanatos; elegeu as porcelanas como suporte de trabalho artístico e, especificamente, pintava as peças que cuidadosamente escolhia seguindo critérios rígidos.
Arte Nada Supérflua. A Sopeira, pintura sobre porcelana de Clesci Martins, ditada no livro O QUE É ARTE ORIGINAL, AUTÊNTICA, DERIVADA, FAKE (#clescimartins, #marmel #tonmarmel #arte #oqueéarte )
A Sopeira e sua função banal, antes da pintura, possuía apenas a função utilitária de servir alimentos. Depois do trabalho artístico, é evidente que ganhava varias outras novas funções, sem perder a função inicial, ou seja, poderia continuar sendo utilizada apenas como objeto utilitário, para servir alimento, com uma “roupagem” nova, mas também poderia ser utilizado como objeto de arte a ser exposto em museus, galerias, antiquários ou orgulhosamente exposto em cristaleiras ao lado de obras raras, como símbolo de status, tradição, endinheiramento e poder, tal como a rica nobreza procedeu durante séculos, além de ser usado de modo revezado, ora como objeto de arte, ora como utilitário; significando que a arte não é supérflua, nem acessória e nunca foi simples adereço de utilitário como alguns entendiam no passado.
A Sopeira, mesmo artisticamente pintada , sempre foi e continuará sendo objeto utilitário usado para servir alimento, independente da função, destino e uso que o proprietário-adquirente queira dar. A pintura agregava valor ao utilitário banal sem eliminar a função inicial para a qual fora criado. A pintura valorizava o utilitário e acrescentava-lhe valor que de outro modo ele jamais iria adquirir, e não passaria de mero utilitário durante toda a vida.
A arte acresce valor ao elemento comum retirando-o do rótulo de objeto comum, rotineiro. A sopeira existe independente da arte. A arte existe independente da sopeira. A arte é útil. A sopeira é útil. Não se trata de ordenar, de enfileirar, de determinar uma escala de valores, nem de prioridades, nem de dizer que uma função é mais importante que outra, nem se trata de estabelecer prioridades, porque ambas funções são úteis, coexistem e podem se complementar sem um elo de subserviência e acessoriedade.
Comida, roupa, transporte, saúde, moradia, educação, lazer são importantes, mas dizer que a arte é suplementar, supérflua, pormenor, minudência por não ter a função de servir comida é menosprezar a arte e retirar da arte o valor que ela tem por si, independente do suporte e objeto ao qual @ artista utiliza para se expressar e “magicamente” dar outras utilidades além da utilidade inicial e comum para o qual o objeto foi construído, transformando-o também em objeto de desejo e de admiração. A arte dá ao objeto vários outros novos status sem retirá-lo da função inicial. A arte valoriza o objeto inicial; agrega valor, inclusive valor financeiro, venal, emocional e muitos outros.

(Trecho extraído do livro O que é Arte Original, Autêntica, Derivada, Fake (de Ton MarMel) que esta em fase final de edição para ser lançado em breve).