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Bem vind@ à página de Ton MarMel (anTONio MARtins MELo), Artista Visual que desde infante manifestou talento para pintura, desenho, escultura, frequentou a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, recebeu vários prêmios, participou de salões de arte, exposições individuais e coletivas, e também é jurista, Advogado pós-graduado, especialista em Direito Público.

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segunda-feira, julho 07, 2014

ENTREVISTA A REVISTA PRISMA CULTURAL

1 - SELMO VASCONCELLOS - Quem é e o que faz  Antonio MarMel  dentro e fora das artes?

AnTONio MarMel: Responder pelo que consta no RG, Título Eleitoral, currículos seria engraçado. Mas, tive a vida toda decidida pela atividade artística até o momento de fazer a inscrição para prestar exame vestibular, pois até essa ocasião não havia dúvida de que a faculdade seria o curso de artes plásticas. Contudo, na ocasião, o futuro mais estável do profissional de artes limitava-se mais à docência e o retorno financeiro de um professor empregado era desanimador.



Então, como a habilidade artística é algo natural que seria acrescida dos meios e técnicas proporcionados pela faculdade a ser cursada, e atentando que na ocasião estava em evidência outro curso pertencente às artes que proporcionava um certo conforto financeiro e havia projetado para a história os maiores expoentes brasileiros, resolvi sair de Brasília e ingressar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo em São Paulo nas pegadas de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.

Acontece, que ao findar o curso de arquitetura a situação econômica do país havia se tornado instável e o forte impulso que movimentava a arquitetura havia diminuído o gás na construção civil em decorrência de alta inflacionária e recessão que alteraram completamente a pintura do quadro de trabalho inicial, resultando desse processo social-econômico reflexos na vida pessoal, retorno a Brasília e ingresso na Faculdade de Direito do Distrito Federal. Fatos que jamais tiveram o condão de afastar o exercício regular do processo criativo-artístico.

Nesse período, várias pessoas questionaram minha mudança por vislumbrarem incompatibilidades intelectuais e emocionais entre as atuações profissionais de artista e advogado por desconhecerem que na ciência do direito existe o mundo do SER e do DEVER SER.

Ora, o mundo do ser é o das leis naturais. Decorrem da natureza. De nada vale a vontade do homem na tentativa de modificá-las mediante a formulação de leis racionais. No mundo da natureza as coisas se passam mecanicamente. A um antecedente liga-se indistintamente dado conseqüente. Um corpo solto no espaço (antecedente) cai (conseqüente). Se chover (antecedente) a terra ficará molhada (conseqüente), ou seja, corresponde ao mundo dos impulsos emocionais e naturais nos processes criativos e intuitivos na arte.

Por outro lado, no mundo do dever-ser as coisas se passam segundo a vontade racional do homem. É este que, a dado antecedente, liga determinado conseqüente, ou seja, corresponde na arte à parte racional e técnica usada para viabilizar a expressão artística. As ciências sociais pertencem a esse mundo do dever-ser. A Moral, a Ética, o Direito, dele fazem parte. Em síntese, o mundo do dever ser é o mundo do ideal e até do utópico, ao passo que o mundo do ser é o mundo real tal como comumente acontece na natureza.

Assim, somando conhecimentos auferidos em fontes universitárias diferentes fui pautando a vida profissional artística e jurídica, atividade acadêmica, happening’s, performances e intervenções políticas. 

Mas em sumo, sou  artista visual de temática principal nos Direitos Humanos e Sociais. Jurista pós-Graduado e atuante no Direito Público integrante do grupo de estudos Direito Achado Na Rua nascido na Universidade de Brasília – UnB. Internauta detentor de dois blog’s (um jurídico e outro sobre artes) traduzíveis para 12 idiomas com mais de 21.885.071 de acessos por curiosos do direito e mais de 26.929.812 de acessos por futriqueiros de arte.



2 - DENISE MORAES -  Sendo jurista, residente na Capital  federal, como se sente ante tantos escândalos no Governo e Congresso?

AnTONio MarMel: Somos donos de 8 514 876 km² e nesta extensão temos 5.561 municípios distribuídos por 26 Estados ocupados, hoje, por quase 260 milhões de brasileiros cujo colonizador enviou-nos inicialmente seus degredados, seus filhos malditos que não queria por perto para que aqui viessem cumprir suas penas eternas. Portanto, o povoamento inicial do país não veio acompanhado das melhores cabeças e a elite cultural só deu o ar da graça por ocasião de represália internacional à império expulso e foragido de sua própria terra natal.

Então, sem governo e sem ordem estabelecidos na terra nova a lei vigente era a lei dos sem-leis, dos sem moral e sem ética, e o amoral e corrupto passaram a ser o pensamento dominante tão bem retratados pelo poeta Gregório de Matos Guerra, conhecido pela alcunha de Boca do Inferno.

Desse modo a corrupção, desvios de ouro, de pedras preciosas e toda sorte de bandidagem atingiram os limites do absurdo, e para conter o definhamento de riquezas dos cofres do colonizador enviaram para cá os primeiros juízes que criaram o primeiro Tribunal de Justiça do país no Estado da Bahia (7 de março de 1609, há exatos 405 anos) e que instituiu a pena de morte no Brasil, culminando por sentenciar à morte na forca 27 assaltantes, piratas que aprontaram o terror após naufragarem na costa da Capitania do Rio de Janeiro em 1718.

Particularmente, sempre achei estranho na composição do Poder Judiciário brasileiro a tal da estória de indicação de membros do Poder Judiciário pelos Chefes do Executivo, ou seja, no Tribunal de Justiça do seu Estado existem juízes que não são juízes, que não ingressaram na magistratura mediante concurso, que não foram aprovados em concursos, mas que satisfazem a interesses dos Governadores, Prefeitos e até do Presidente da República. É o que denominam de Quinto Constitucional, que nada mais é que uma herança dos tempos coloniais. Era o poder que davam aos senhores de engenho para indicarem juízes, via prefeitos, governadores, presidente, para que os representassem nos interesses econômicos quando ainda no final do século 18 ou 19.  Só que essa tradição arcaica prossegue até hoje.

Para se ter idéia, o atual Presidente do STF que embora já era juiz foi indicado para ocupar vaga na mais alta Corte de Justiça, e poderá ser substituído por qualquer advogado a escolha do Chefe do Executivo, tal como ocorreu com o Ministro Toffoli, que nunca foi juiz nem ingressou na magistratura mediante concurso e sequer chegou a ser membro do Ministério Público.

Assim, ante acontecimentos sociais ecoados nas ruas e fatos decorrentes da legislação, nasceu a necessidade da defesa jurídica de UMA REFORMA POLÍTICA, POPULAR, APARTIDÁRIA, AMPLA, GERAL E IRRESTRITA que adotamos em redes sociais de internet (Facebook) sob o nomeado Grupo Direito Achado na Rua, que foi aderente, apenas no primeiro instante, à Nova Escola Jurídica Brasileira.

Por Uma Reforma Política Popular, Apartidária, Ampla, Geral e Irrestrita nasceu em defesa dos “Zé-ninguem” contra injustiças que favorecem podereosos clamadas nas ruas porque hoje “o povo nas ruas finalmente se reconhece e é reconhecido como autor e fonte principal da política e do direito. A soberania popular é o que se revelou nesse processo, com tal força que os poderes derivados dessa soberania (Executivo, Legislativo e Judiciário) estão correndo atrás de legitimidade”. E a cada dia o povo consegue enxergar que o presente da dentadura oferecido pelos governos e políticos nas eleições passadas não foi a solução para a saúde e hospitais pois seus vizinhos continuaram banquelas, sem médicos, sem dentistas e sem hospitais de qualidade muito menos no interior do país, enquanto outros já perceberam que o par de sapatos recebido na última eleição não trouxe melhoria de ruas, calçadas, transporte público de baixo custo com qualidade, saneamento básico, melhores condições de ensino, educação de qualidade, empregos, salários justos, padrão de vida digno, melhoria dos serviços públicos em geral.  

Redução na tarifa do transporte. Mais investimentos na saúde e na educação. Melhoria salarial. Criação de vagas de empregos e concursos públicos. Fim do fator previdenciário. Redução da jornada de trabalho. Reforma agrária. Maior idade penal. Bolsa estudante. Vele cultura. Programa minha casa. Bolsa família, bolsa disso, daquilo, “triquilo”, etecétera, e tal... SÃO APARENTES REMÉDIOS QUE ALIVIAM AS DORES DE ALGUMAS PESSOAS POR ALGUNS INSTANTES QUE OS POLÍTICOS PROPÕEM MAS QUE NA VERDADE NÃO TRAZEM SOLUÇÕES DEFINITIVAS PARA TODA A POPULAÇÃO E NEM COMBATEM A VERDADEIRA CAUSA DOS PROBLEMAS, OU SEJA, NÃO PASSAM DE DESCULPAS QUE GOVERNOS E POLÍTICOS USAM PARA NÃO COMBATEREM E RESOLVEREM EM DEFINITIVO OS PROBLEMAS, E CONTINUAREM MANTENDO O POVO CARENTE E DEPENDENTE DELES, E ASSIM ELES CONSEGUEM SE MANTER NO PODER CADA VEZ MAIS RICOS ENQUANTO A POPULAÇÃO PERMANECE CADA VEZ MAIS NECESSITADA DE MELHORIAS INADIÁVEIS.

A educação é um lento processo em construção e não fórmula mágica de solução pronta. O população tem suas necessidades prementes e não pode esperar que a educação chegue a um patamar ideal para que então se faça a reforma política porque os políticos não a querem e isso é notório, e é notório que esses políticos que aí estão vão continuar se perpetuando no poder do modo como as coisas aí estão hoje, e é óbvio que as ruas mostram que a vontade do governo e políticos não são as mesmas da população. Então, para que os problemas prioritários comecem a serem sanados, hoje, urge que se mude hoje as regras a serem seguidas pelos parlamentares, as leis eleitorais, as leis e políticas públicas que nortearão as prioridades dos investimentos públicos de acordo com a vontade soberana que vem das ruas. Por isso urge a necessidade de UMA REFORMA POLÍTICA POPULAR, APARTIDÁRIA, AMPLA, GERAL E IRRESTRITA, JÁ!

O maior problema na democracia brasileira é do ATO DE VOTAR e da FALTA DE COMPROMISSO, RESPONSABILIDADE, CONHECIMENTO, PRINCÍPIOS, ÉTICA, MORAL, CARÁTER, HOMBRIDADE dos ELEITOS, pois elege-se um cidadão E SE ESPERA DELE boas atitudes para a população, no entanto, DEPOIS de eleito o parlamentar se acha no direito de fazer o que bem entende, atendendo a interesses pessoais e de grupos que realmente não se importam em resolver definitivamente os problemas do país, passando a IGNORAR A CONFIANÇA QUE RECEBEU através do voto, pois tem certeza de que está impune, seguro, e inalcançável pelo eleitor; e o eleitor fica decepcionado, se sente péssimo, traído, de mãos atadas DURANTE PELO MENOS OS PRÓXIMOS 4 ANOS de mandato desses maus políticos, porque no Brasil não existe nenhum mecanismo (do tipo RECALL) para direcionar as políticas e investimentos públicos de acordo com a vontade soberana popular que emerge das ruas, para punir e cassar o mau vereador, deputado, senador, lembrando que o instituto do “recall” assemelha-se e possui a mesma finalidade do “
impeachment” já aplicado a presidente da república.

Portanto, todos os problemas da população estão nas políticas públicas que são as vontades e prioridades dos governos e políticos. Assim, é urgente que seja feita a reforma política pois sem ela os governos e políticos jamais atenderão às necessidades da maioria da população.

Assim, desabafo: “Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra. Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo. Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro. Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer… Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor, ou enrolar o meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade. Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo deste mundo!” (Tenho vergonha de mim. Poema de Clelide Canton. Poema: Tenho Vergonha de Mim).

E continuo lembrando: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (Rui Barbosa).

Entretando, apesar dos pesares e dos penares, “ad argumentandum tantum” que “os políticos e as fraldas devem ser mudados freqüentemente pela mesma razão” (Eça de Queiroz): “Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta à prova? Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até “habeas corpus” preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar. Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!” (Eliza Lucinda. Poema: Só de Sacanagem).


3 - DENISE MORAES- O povo clama por justiça. Porém, mesmo o esclarecido saberá tomar uma decisão acertada nas urnas?

AnTONio MarMel: Veja bem, lei, direito e justiça são institutos distintos. A lei é instrumento de que se vale o Poder Judiciário para que, através da ciência do direito, seja feita a justiça. Portanto, justiça é juízo de valoração ao passo que eleição é um dos exercícios da cidadania.   

O brasileiro mudou muito. Está muito mais consciente, esclarecido e não tolera mais os maus hábitos dos políticos e governantes. Por outro lado, a ciência tem comprovado o que cientistas sociais chamam de velocidade social de conhecimento de dobra, ou seja, que a cada menos de 4 anos o conhecimento da humanidade tem chegado ao dobro do conhecimento adquirido no período anterior (inclusive por pesquisas de Google, etc). E se por um lado isso é uma vantagem, também tem suas desvantagens e uma delas é como levar a mesma velocidade de conhecimento a locais onde a tecnologia é precária para que não se crie diferenças humanitárias grandes?! Afinal, temos na humanidade esse problema em relação a India, África e inclusive interiores do Brasil nos quais a tecnologia e desenvolvimento atingem o grau que apelidaram de “sub-raça”.

Uma Bolsa Família, Vale disso, Benefício de “triquilo”, não são empregos e salários! Não geram renda, não dão segurança pois os governos e políticos se vão, mas a vida continua. Esses aparentes remédios não combatem à causa dos problemas sociais, não geram empregos, apenas aliviam dores e criam viciados e aleijados sociais de muletas. Além disso, é fato que apesar de todos esses placebos pollítcos-sociais qualquer pesquisa de feira revela que mais de 75% da população está descontente com os governos atuais, o que inclusive já foi amplamente divulgado nas mídias.

Então é esperar para ver esse descontentamento ecoado nas ruas como resposta das urnas, pois militares não acenaram que atenderiam ao clamor popular, apesar da população não depositar a mínima confiança na inviolabilidade da urna eletrônica e o governo teimar em não demonstrar publicamente para especialistas e técnicos que é impossível haver fraude eleitoral.


4 - DENISE MORAES -  Brasília foi construída pelo povo nordestino, apelidado de "candango".  Qual é a reação desses cidadãos perante às promessas de governo por uma vida mais digna e os projetos para acabar com a seca?

AnTONio MarMel: Em verdade Brasília é um ente federativo como um estado e um município que possuem o mesmo nome, tal como o Estado de São Paulo que possui várias cidades e que possui também o município de São Paulo, que é a capital do estado. Então temos Brasília– DF (Distrito Federal) como um tipo de Estado que possui mais de 29 cidades satélites, e temos a cidade de Brasília, que é uma das cidades do Distrito Federal e que é a capital do “estado”. Assim, Brasília é composta das seguintes espécies de bairros: Asa Norte, Asa Sul, Lago Norte, Lago Sul, Setor Sudoeste e Octogonal.

Por sua vez, o fato de Brasília haver nascido através da mão de obra derivada principalmente da construção civil advinda na maioria do norte e nordeste não é único, tal como sucedeu no Rio de Janeiro e São Paulo. Na verdade esses candangos jamais residiram em Brasília, mas moravam em cidades satélites próximas até porque o valor do imóvel e a especulação imobiliária nunca permitiram.

Assim, do contingente de pessoas que veio inicialmente para trabalhar na construção civil os únicos que chegaram a morar em Brasília foram os engenheiros, arquitetos, médicos que residiam na chamada Vila Planalto, que é um “setor” residencial que fica próximo ao Congresso Nacional, e os demais trabalhadores moravam em cidades satélites próximas, tais como Núcleo Bandeirante, Taguatinga, Ceilândia que inclusive possuem mais habitantes que Brasília (apelidada pelos primeiros moradores de Plano Piloto).

Então, a população de Brasília é composta basicamente de cariocas, paulistas, gaúchos, mineiros, goianos que já eram servidores públicos federais antes da inauguração da cidade e que vieram transferidos para compor os órgãos públicos inclusive recebendo alguns benefícios a título de incentivo e compensação, por isso, particularmente, pouquíssima convivência tive com nordestinos desde a infância em Brasília.

Por outro lado, Brasília é fruto histórico de situações políticas, de decisões políticas, respira política, vive política e tem no governo o principal empregador da população. Na capital de um país democrata quase todos os dias existem passeatas, greves, manifestações populares e, as vezes, várias manifestações ao mesmo tempo de finalidades distintas que não são noticiadas pela mídia nos demais estados, municípios e rincões do país.

Assim, não reside na capital do país tema político único como a seca nordestina, mas ecoam nas quadras e superquadras problemas que afligem todos os brasileiros. Contudo, é óbvio que quanto maior é o volume de dinheiro envolvido na malvesação do dinheiro público, maior também é a repercussão e indigação da população; ou, quanto maior é o número de pessoas atingidas pelos descasos das autoridades, também é maior a indignação popular.

Por essa razão as promessas não cumpridas tanto pelos governos federal quanto estaduais e municipais geram repulsa pela população de quase todas as cidades e várias categorias profissionais, que vivem inclusive comparecendo em caravanas e se misturando aos brasiliense para manifestarem suas reivindicações.

Por sua vez, muito mais grave que o problema da seca nordestina é o maligno e perigosssissmo problema de saúde neurológico (amnésia) que padecem os habitantes da região norte e nordeste e maioria dos brasileiros, também, e que especialistas estão chegando à conclusão de que, talvez, trata-se de um nocivo desvio no fator hereditário que leva a degeneração cerebral precoce, causado desde a primeira infância - dentre outros fatores – pela intensa e prolongada exposição ao sol e à radiação UVA, UVB e UVC assoaciada a baixa taxa de educação que é desencadeado no exato instante em o cidadão coloca as mãos no título eleitoral! Só pode ser isso!!!

 Ora, amnésia é a perda de memória que pode ser total ou parcial, constante ou episódica e pode ser retrógrada - que  é a incapacidade de se lembrar do passado a partir de um determinado acontecimento - e pode ser do tipo anterógrada, que é a perda da habilidade de criar novas memórias e absorver novas informações a partir de determinado acontecimento. Ou seja, é exatamente o que parece que acontece com o eleitorado brasileiro, especialmente do norte e nordeste.

Afinal, a vida inteira se fala do problema da seca, mas quando chega o período de eleição o eleitorado nordestino esquece as promessas do passado e vota nos mesmos candidatos que prometem as mesmas coisas anteriores e outras mais. Então, uma vez eleito, o cidadão esquece das promessas, continua vivendo os mesmos problemas anteriores, incomodado, mas se mantém passivo, inerte sem cobrança, sem atitude.

Então, a princípio, a seca não é problema das pessoas que moram nos outros estados não afetados pela seca pois cada estado possui seu governador eleito, seus prefeitos e seus problemas a serem resolvidos. A seca é problema do nordestino, que o nordestino precisa resolver sozinho até para que não haja ingerência da população e do governo de um estado no outro.

Mas, na medida em que houverem promessas e interferências feitas pelo governo federal a situação muda completamente pois questões federais diz respeito ao país todo tal como aconteceu com escândalos na Petrobrás,  tal como sucedeu quando o governo federal prometeu construção de obra de transposição do Rio São Francisco e não cumpriu. Tal com sucedeu também com a promessa de construção da refinaria Premium no estado do Maranhão que não saiu do papel e não se sabe onde foi parar 1 bilhão e 500 milhões só desse projeto da refinaria.   


5 - DENISE MORAES -  As ONGs deveriam continuar com repasses de verbas, ao constatarmos que nada é feito em prol das Comunidades?

AnTONio MarMel: A idéia inicial da criação do chamado Terceiro Setor - composto de ONG (organização não governamental) e OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) – foi boa uma vez que tal segmento se propunha a promover idéias e valores de segmentos distintos da sociedade no qual o estado não conseguia alcançar com perfeição ou não alcançava principalmente em face da extensão territorial do país e má vontade política de prefeitos, governadores e presidentes.

Entretanto, como ainda a corrupção e malversação do dinheiro público são males sociais, é fato que o Terceiro Setor passou a ocupar as páginas dos jornais sob acusação de mau uso do dinheiro público. Assim, para que se continue justificando a existência desse setor e para que haja continuidade na prestação desses serviços essenciais é urgente combater essa parcela criminosa através do remédio da penalização eficiente, do aprimoramento dos órgãos fiscalizadores e repressores da administração pública federal, estadual e municipal; é indispensável a contratação de servidores públicos, a retomada de valores morais e éticos sem hipocrisias.



6 - DENISE MORAES - O brasileiro é muito solidário. Se não fossem os eventos beneficentes, a solidariedade do povo, qual seria a situação dos desabrigados das enchentes, dos pacientes de câncer, por exemplo?

AnTONio MarMel: Penso que infelizmente o brasileiro não é solidário espontaneamente. O brasileiro deixa-se envolver pelo clamor de solidariedade latente em alguns cidadãos em situações de calamidade, por razões humanitárias extremas, em virtude do chamamento de campanhas sociais massivas, e exemplo disso são os bancos de leite materno-infantil.

Ora, quantos brasileiros já separaram em suas casas os vidrinhos de maionese com tampa de plástico, juntou-os e se deu ao trabalho de entregá-los em alguma maternidade?! Ao contrário! O vidrinho de maionese que poderia transportar leite materno é jogado no lixo quando poderia ser doado e salvar vidas puerperais cujas mães não possuem leite materno suficiente para amamentar seus filhotes nos primeiros meses de vida.


7 - DENISE MORAES - Você sempre protestou contra esse sistema corrupto. O Brasil  parece retroceder ao tempo do império na sua concepção?

AnTONio MarMel: Creio que o Brasil teve sua independência política no Ipiranga e Proclamação da República, mas não perdeu ainda o cacoete de império monarquista, das capitanias hereditárias e do tempo dos coroneis. Temos até hoje o trabalho escravo. Temos coroneis no Maranhão, Bahia, Alagoas, Pernambuco reconhecidamente e, veladamente, existem em outros estados.

No Brasil os cargos públicos, principalmente os cargos do poder legislativo, são tratados e providos através do nepotismo direto e cruzado. São tratados como negócio particular de família. A política brasileira é tratada como investimento pessoal e hereditário em que avô passa o emprego para o filho e o filho para o neto e assim por diante.

Temos políticos que são eleitos ininterruptamente há mais de 50 anos (Pernambuco). Temos familias de políticos no governo há mais de 100 anos (Maranhão, Bahia). Temos no Brasil o político profissional do engodo. Temos partidos sem projeto político para a nação. Temos partidos que possuem como único objetivo a tomada de poder e que acham ironicamente que o resto é conduzido na base do jeitinho, do improviso, do gato e da propina pra tudo. Temos hoje políticos fiananciados pelo crime organizado.

A evolução tecnológica dos meios de comunicação, a informação produzida pelas mídias e meios independentes da imprensa e canais de Tv’s oficiais, abertos e controlados pelos governos federal, estadual, municpal e grupos econômicos, o acesso a essas tecnologias e informações pela população apenas tornaram mais visíveis a existência desse lado sombrio da sociedade brasileira que era hipocritamente acobertado.


8 - DENISE MORAES -  Você é eclético e muito criativo, trabalha várias técnicas. Em muitas obras, ao longo do tempo, você aborda  sempre uma polêmica, fale sobre a que mais despertou o público? 

AnTONio MarMel: Nunca acreditei na arte que gera mais um dos objetos que comporá decorações (descartável). A obra de arte não é o título que a resume nem o nome de batismo que o artista pode inventar. É mais que aparência visual e sensorial. É o tema que a define, é o contexto, o conteúdo, a mensagem entabulada através de qualquer técnica trabalhada sobre qualquer superfície material ou imaterial.



Afinal, de nada adianta um belo cartão postal de paisagem natural emoldurada se na realidade os habitantes daquela cena retratada no cartão vivem na extrema miséria. Por isso e provavelmente esse ouro de tolo, esse falso brilhante, essa falta de valores e de objetividade social - que é refletida nas artes - sejam a causa da estagnação do processo criativo atual e crise do mercado de artes observados em galerias, museus e salões que vivem abarrotados de pupilos apadrinhados.



Além de trabalhos esparsos que fogem da temática constante, de minha produção existem 3 temas (fases) que destaco. Inicialmente houve o Cerradocultura, que era mais figurativo na abordagem da flora do cerrado. Depois aconteceu o resultado de uma pesquisa intensa apelidado de Nós, Brinquedos porque sempre acreditei que desde a infância somos nossos próprios brinquedos, realizações, sonhos, projetos, inventos, alegrias e decepções, e o tema que sempre foi constante na vida pessoal que é a arte em si, como instrumento de realização e expressão política da sociedade e que culminou inicialmente no quadro apelidado por “Guernica Brasileira ou Prostituinte 88 ou Elefante Branco”, resultado de uma nítida postura crítica ao processo de discussão, desenvolvimento e escrita da Constituição brasileira de 1988.

Particularmente, depois que deixei de trabalhar com esculturas, que assumi a pintura, o linearismo excessivo do cubista Pablo Picasso tornou-me um vício. Assim, lembro que a influência foi tanta que cheguei a pintar o quadro que titulei Guernica Brasileira (em 1988, época da Constituinte no Brasil) totalmente inspirado no quadro Guernica, inclusive com utilização de vários detalhes pintados por Picasso, e há entre os dois trabalhos uma relação de identidade muito forte não apenas na aparência, mas no contexto e relato histórico principalmente, pois Guernica é a pintura-painel mais representativa do bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por aviões alemães do nazismo, ou seja, retrata o sofrimento e luta do povo espanhol contra inimigos e ditaduras invasoras, externas.

Por nosso lado, Guernica Brasileira relata a luta, o sofrimento do povo brasileiro contra os próprios brasileiros, inimigos internos do Brasil, em especial os pertencentes a classe política face à ausência, na ocasião, de uma melhor abordagem ou total ausência no texto da Constituição de temas vitais como infância, direito a moradia, combate à corrupção que ainda assolam e padecemos os seus efeitos morais na rabeira da história.


9 - DENISE MORAES -  Você é um artista visual muito premiado.  Cite os prêmios que considera mais importantes na sua carreira.

AnTONio MarMel: O prêmio mais importante que recebi foi a oportunidade que me proporcionei de aprimorar estudos em pós-graduação sobre arte e direito autoral no qual pretendi contribuir mediante tese para a definição do que vem a ser uma obra de arte autêntica principalmente, conceito esse comprovado, demonstrado e desenhado através do diagrama matemático de Venn, fato que estudiosos ainda não chegaram a um consenso.

Todavia, embora as dezenas de premiações foram e são sempre importantes, deram-me imensa satisfação dois convites inusitados e a primeira Menção Honrosa (1970) conferida em pela Secretaria de Estado da Educação e Cultura do Distrito Federal.

Dos convites, o primeiro ocorreu logo nos primeiros semestres da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo em São Paulo, quando fui indicado para representar a universidade na qualidade de aluno junto ao 10º Congresso Brasileiro de Arquitetos e tive o privilégio de conhecer pessoalmente e trocar algumas idéias com os mestres Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. O outro convite interessante ocorreu posteriormente na Faculdade de Direito do Distrito Federal, quando – ainda aluno novato - fui convidado pela OAB-DF para participar do Salão do Advogado, compondo a plêiade de advogados-artistas de Brasília. 



10 - SELMO VASCONCELLOS - Quando e como você descobriu sua vocação para às artes ?

AnTONio MarMel: A manifestação de alguma habilidade para artes aconteceu nos primeiros cinco anos de infância detectada por professoras no jardim de infância em Brasília através de rabiscos, desenhos e pinturas feitos em paredes, no chão de estacionamentos de carros, tapumes de canteiros de obras de construção civil e muros com pedaços de tijolos, giz de cera, lápis de cor, gesso, restos de papel e papelão; fatos esses que são recordados por familiares e parentes até hoje. Mas, anos depois descobri que minha mãe e tia já pintavam telas, louças e tecidos, mas não posso atribuir a elas influências e despertar para o mundo das artes.

Então o despertar para o universo das artes foi mesmo na infância, de parto normal, sem dor e sem referências pessoais. Não houve uma indicação, uma inspiração e despertar único. Houve um nascimento instintivo para uma situação que encontrou acolhida e que felizmente foi detectado e incentivado por professoras em escolas e na medida em que os trabalhos, oportunidades e participações foram surgindo, a vocação foi-se consolidando naturalmente.


11 - SELMO VASCONCELLOS - Onde e quando você expôs seus trabalhos?

AnTONio MarMel: Sempre fui muito ativo por isso a produção e participação não são pequenas. Mas, os trabalhos podem ser vistos especialmente no acervo da Funarte no Rio de Janeiro, Instituto Cultural Itaú em São Paulo, MAB- Museu de Arte de Brasília, INL- Instituto Nacional do Livro em Brasília, Secretária de Cultura do Distrito Federal,  Secretaria de Educação do Distrito Federal, Aliança Francesa, galerias e coleções particulares.  

 SUMÁRIO

1) Ano 2011 - Criação do vídeo titulado Máscaras (Youtube).

2) Ano 2010 - Criação de 16 telas de artes em técnicas diversas e vídeo sobre a temática CORES E TRAÇOS DE BRASÍLIA, na qual comemorou os 50 Anos de criação da Cidade de Brasília-DF inspiradas na plasticidade dos edifícios, projeto urbano e paisagistico dos arquitetos Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Burle Marx.

3) Entre 2008 / 2010 - Criação de mais de seiscentas (600) telas elaboradas em diversas técnicas e produção de vídeo com a temática NÓS, BRINQUEDOS (porque desde a infância somos nossos próprios brinquedos, realizações, sonhos, projetos, inventos, alegrias e decepções);

4) Ano 2008 - Publicação de Monografia de conclusão de curso de pós-Graduação titulada DIREITO AUTORAL: AUTENTICIDADE DE OBRAS na qual aborda a autenticidade de obras intelectuais no âmbito do Direito Autoral omitida pelo legislador da Lei 9.610/98, que alterou, atualizou e consolidou a legislação sobre direitos autorais, visando cogitar discussões sobre o tema ao mesmo tempo em que buscou fornecer subsídios para uma maior proteção dos direitos derivados de criações de obras intelectuais enquanto morais, patrimoniais e conexos, bens móveis, criações do espírito, expresas por qualquer meio ou ou fixados em qualquer suporte, tangível, intangível, conhecido ou que se invente;

5) Ano 2007 / 2008 - Criação de vídeo, cartilha e produção de trinta (30) telas de artes elaboradas em técnicas diversas sobre a temática NÓS E OS DIREITOS HUMANOS EM 60 ANOS em que ilustra todos os artigos da Lei Universal e comemora os 60 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos;

6) Ano 2007 - Criação de cento e uma (101) telas e vídeo de artes com a temática NÓS PODEMOS MUDAR O MUNDO, elaboradas em técnicas diversas, sobre meio ambiente, ecologia, qualidade de vida;

7) Nos anos de 1990 e 2010 - Criação de quize (15) telas em técnicas diversas (1990) e criação de vídeo (2010) sob a temática PAIXÃO DA VIA SACRA, O "XIS" DA OPÇÃO em que retrata todo o Caminho do Calvário ou do Monte Gólgota vivido por Jesus Cristo.

8) Até próximo a 2007 registram-se dezenas de exposições individuais, participações em salões, premiações seguidas. 

1 - PREMIAÇÕES DESTACADAS

1970 – Menção Honrosa em Esculturas – SEC/DF
1971 – 1° Prêmio em Escultura – SEC/DF
1971 – 1° Prêmio em Desenho – SEC/DF
1972 – Menção Honrosa em Pintura – SEC/DF
1972 – 1° Prêmio em Escultura – SEC/DF
1972 – 1° Prêmio em Desenho – SEC/DF
1973 – 2° Prêmio em Pintura – SEC/DF
1973 – Menção do Júri Pelo Conjunto de Obras – SEC/DF
1974 – 1° Prêmio em Escultura – SEC/DF
1974 – 1° Prêmio em Pintura – SEC/DF
1974 – 1° Prêmio em Desenho – SEC/DF
1975 – 1° Prêmio em Pintura – SEC/DF
1975 – 1° Prêmio em Escultura – SEC/DF
1976 – 1° Prêmio em Desenho – SEC/DF
1976 – 1° Prêmio em Pintura – DF SEC/DF
1976 – 1° Prêmio em Escultura – SEC/DF
1976 – Prêmio Destaque Pelo Conjunto de Obras – SEC/

2 - PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS E COLETIVAS

1973 - Galeria do Valença - DF
1974 - Galeria Porta do Sol - DF
1976 - Galeria Eucatexpo Brasília - DF
1981 - Galeria da Aliança Francesa - DF
1982 - Itaú Galeria de Arte Brasília - DF
1983 - Galeria Peace Corps - Universidade de Denver, CO/EUA
1983 - Judge Gallery, Washigton, DC/EUA
1983 - Galeria Lê Centre Inernational D”arte Contemporaine, Paris/França
1984 - Galeria do Moulin de la Gallete, Paris/França
1990 - I Mostra de Arte Acadêmica do CEUB - DF

3 - PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS

1978 - I Documento da Arte Contemporânea do DF
1979 – III Encontro dos Artistas Plásticos do DF
1980 - III Documenta de Arte Contemporânea do DF
1981 - III Salão Nacional de Artes Plásticas – RJ
1981 - IV Expo – FAU / UMC – SP
1981 - I Documento da Arte Contemporânea do Centro Oeste - DF
1981 – I Expo – FAU / USP - SP 
1981 – I Salão da Aeronáutica – DF
1981 - Salão da Marinha - DF
1981 – V Encontro Nacional de Artistas Plásticas - DF
1982 – V Expo – FAU / UMC - SP
1982 – II Expo – FAU / USP - SP
1983 – VI Expo FAU / UMC - SP
1983 - III Expo – FAU / USP - SP
1984 – Salão Nacional de Artes Plásticas - GO 
1985 - Salão Nacional de Artes Plásticas - RJ
1987 - I Salão de Artes Plásticas do Advogado - OAB / DF
1997 - Salão de Artes Plásticas do Iate Clube / Brasília - DF

Então, aproveitando a oportunidade deixo abaixo os endereços para que possamos ampliar contatos, pois você é muito importante e certamente será um grande prazer receber sua visita e opoinião:
MarMel Blog Artístico..... http://marmel-ton-marmel.blogspot.com.br/
MarMel Galeria Artmajeur..... http://www.artmajeur.com/marmel/
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12 - SELMO VASCONCELLOS - Quais as figuras marcantes do universo das artes plásticas que exerceram de certa forma influências em sua vida como artista plástico?

AnTONio MarMel: Sempre nutri grande respeito pela obra e pensamento de gênios tais como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Rembrandt, Salvador Dali, Picasso, Michelângelo, Leonardo Da Vinci, Antônio Francisco Lisboa (O Aleijadinho), Johann Moritz Rugendas que era um pintor alemão e viajou por todo o Brasil durante o período de 1822 a 1825, pintando os povos e costumes que encontrou; e, em especial, admiro o trabalho de pintores do barroco Jean-Baptiste Debret, António Martins da Silveira, Caravaggio, Rubens, Diego Velásquez, Anton Van Dick.


13 - SELMO VASCONCELLOS - A arte que você faz pode ser inserida dentro de qual estilo?

AnTONio MarMel: Na Canção do Tamoio o poeta indianista e romântico Antônio Gonçalves Dias traz o seguinte verso:
“... Não chores, meu filho;
 Não chores, que a vida
 É luta renhida:
 Viver é lutar.
 A vida é combate,
 Que os fracos abate,
 Que os fortes, os bravos
 Só pode exaltar...”

Em outros versos do famoso poema I- Juca Pirama - que significa "aquele que vai morrer" ou "aquele que é digno de ser morto" - em que é narrado um ritual antropofágico, um jovem prisioneiro tupi, que vai ser devorado, resolve falar antes do desenlace, e com "triste voz" narra a sua vida desventurada:
“No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos - cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos de altiva nação. (...)
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror!
(...)
Meu canto de morte
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi

Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
(...)
E à noite, nas tabas, se alguém duvidava
do que ele contava,
Dizia prudente: - Meninos, eu vi!”

Ora, o primeiro e mais importante sinal de existência de vida humana no universo é a detectação da presença de água ou, no mínimo, a existência dos componentes químicos da água. Então onde há água é possível que exista vida humana, ou seja, água é habitat natural da vida. Mas água parada não gera vida saudável. Logo, a vida é resultado de atritos positivos em ambiente prolífero.

Então, tudo acontece na vida emocional e intelectual em virtude do embate com as situações que surgem na vida. A arte é reflexo da vida e na vida tem inspiração e razão de ser.

Um trabalho de arte pode espelhar apenas o instante emocional do artista, mas pode também possuir valores intelectuais, éticos, morais e culturais pessoais e sociais incorporados e agregados pelo artista que podem torná-lo mais duradouro, eterno e não descartável.

Assim analisando, cheguei a conclusão de que fui inicialmente surrealista, depois figurativista. Andei dando uma visitada nos expressionistas e cheguei a morar por longo tempo nos traços cubistas em decorrência da influência da precisão das linhas que a escultura exigia.

Hoje, continuo fazendo experiências pois não escolhi nem decidi desenhar, esculturar, pintar como algo pensado, deliberado. O processo inicial aconteceu todo de modo intuitivo, primata, elementar. As várias técnicas de expressão artísticas foram aparecendo naturalmente na medida em que trabalhava, foram se sucedendo por mera curiosidade.

Minha iniciação artística se deu pelo desenho executado através de vários materiais. O desenho conduziu à escultura e posteriormente, devido a falta de espaço, disponibilidade de tempo e em virtude de causar menos desgaste físico a pintura veio a calhar e se fixou há mais de duas décadas sem que houvesse abandono de nenhum meio ou técnica de expressão tradicional.

Entretanto, com o advento de novos materiais e instrumentos de expressão passei a utilizar principalmente a tela do computador para criar, sem adotar nenhum programa específico, até porque já se consegue produzir esculturas através de impressoras em 3D (terceira dimensão).

Afinal, o suporte, o meio material de expressão – para mim – sempre foi secundário, e todos são válidos, pois o importante é o conteúdo, a mensagem, e não a mera aparência que o objeto artístico possa ter porque arte é meio e não um fim em si mesma, tal como é o ofício de advogado que consiste em prestação de meio e não de resultado.

14 - SELMO VASCONCELLOS - Qual é o seu grande objetivo no momento?

AnTONio MarMel: Infelizmente jamais tive a experiência de possuir objetivo único e ao mesmo tempo. Geralmente tenho vários projetos que são conduzidos ao mesmo tempo, sendo alguns mais prioritários e outros postergáveis que lembram a situação do malabarista que tem vários balões cheios de ar jogados para cima, ao mesmo tempo, em que é necessário que o malabarista cuide para que todos os balões permaneçam no ar sem deixar nenhum tocar o chão. 

Todavia, aspiramos a um futuro melhor para si e sociedade. Possuo as frentes de trabalho e ferramentas de atuação artística e jurídica. Comentar sobre objetivos para as duas áreas de atuação ao mesmo tempo, sem dúvida, é correr o risco da falta de clareza e ausência de objetividade porque o tempo e espaço são limitados e creio que já me excedi.

Então, um dos segredos da vida é fazer degraus com as pedras em que tropeçamos, pois "nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos, inclusive o da felicidade" (Charles Chaplin), e “se você revelar os seus segredos ao vento, não pode culpar o vento por revelá-los às arvores” (Kahlil Gibran). Mas, acalento ainda a edição de um pequeno instituto de artes.

Assim, na esperança de não haver sido indelicado agradeço a Revista Prisma Cultural através da artista Denise Moraes e do jornalista e poeta Selmo Vaconcellos a oportunidade concedida de haver podido compartilhar algumas ideias, momento em que agradeço também a paciência do leitor por haver suportado o desafio de ler esta verborragia até o final.  

Cordiais saudações artístico-jurídicas,

Ton MarMel