Era uma
vez um guerreiro famoso por sua invencibilidade na guerra. Era um homem extremamente
cruel e, por isso, temido por todos. Quando ele se aproximava de uma aldeia os
moradores saiam correndo para as montanhas, onde se escondiam do malvado
guerreiro.
(DUAS PETECAS. Trabalho pertencente ao Volume 2 - As Tranças do Careca - da série Nós, Brinquedos, produzido através de técnicas diversas, de autoria de Ton MarMel) |
Certo dia, alguém o viu aproximar-se com seu poderoso exército de uma pequena aldeia onde viviam alguns agricultores e, dentre eles, havia um velhinho muito sábio. Quando o pessoal escutou a terrível notícia da aproximação do guerreiro perverso tratou de juntar o que podia e fugir rapidamente para as montanhas, e só o velhinho ficou para trás, pois ele mal podia andar e não podia fugir correndo.
Então, o
guerreiro entrou na aldeia e foi cruel; foi logo incendiando as casas e matando
alguns animais soltos pelas ruas até que chegou à casa do velhinho, e este quando viu o velhinho assustou-se, pois todos haviam fugido, menos o velhinho
indefeso! E, sem piedade, o guerreiro foi logo dizendo ao velhinho que seus dias
haviam chegado ao fim, mas que lhe concederia um último desejo antes de passá-lo
pelo fio de sua espada.
Assim, ouvindo
essas ameaçadoras palavras, o velhinho pensou um pouco e pediu ao guerreiro assustador
que fosse com ele até o bosque e que ali cortasse um simples galho de uma
árvore.
E
achando tudo aquilo uma besteira o guerreiro disse:
- “Esse
velho deve estar gagá. Que último desejo mais besta!".
Entretanto,
pensando no pedido do velhinho, o guerreiro disse para si mesmo que se esse era
o último desejo do velhinho havia que lhes atender. E lá foi o velhinho e o
guerreiro acompanhado de sua espada até o bosque.
Chegando
ao bosque o guerreiro cortou um galho de uma árvore e quando o galho cortado
bateu no chão o velhinho comentou:
-
"Muito bem! O senhor cortou o galho da árvore, agora, por favor, coloque
esse galho na árvore, outra vez!"
Então, o
guerreiro deu uma grande gargalhada e foi logo dizendo que o velhinho devia estar louco,
pois todo mundo sabe que isso já não é mais possível (colocar o galho cortado
na árvore, outra vez). Ao que o velhinho lhe respondeu:
-
"Louco é você que pensa que tem poder só porque destrói as coisas e mata
as pessoas que encontra pela frente. Quem só sabe destruir e matar não tem poder, pois matar e destruir são as coisas mais fáceis que existem.
Mas, quem tem o verdadeiro poder é a pessoa que sabe juntar, que sabe unir o
que foi separado, que faz reviver o que parece morto. Essa pessoa, sim, tem
verdadeiro poder".
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