O artista tem procurado fixar nos trabalhos que executa, mesmo inconscientemente, sua ideologia, seus temores e seus sonhos. Toda essa mitologia está presente tanto no que pinta quanto no que esculpe, escreve ou diz.
A paz como sonho e esperança também tem sua presença na
obras dos artista populares, Não uma Paz no sentido filosófico, discutida nos
gabinetes dos líderes políticos e expressa em documentos, mas uma paz que
reflete os sentimentos do próprio povo na busca da sobrevivência do dia-a-dia.
Apropriando-se das idéias do povo, o artista expressa os
seus próprios sentimentos, registrando-os através de sua obra iconográfica
ou literária, ao mesmo tempo que
registra a própria expectativa de uma PAZ efetiva e duradoura entre os povos da
Terra.
Iaperi Araújo
*****
O PROJETO E A OBRA, ASPIRAÇÃO E REALIDADE
Este é um trabalho que não deveria existir. È o resultado do
estado de espírito do homem moderno, que, como os habitantes deste planeta na
Idade da Pedra, continua a perseguir o ideal de paz e liberdade que era de se supor já ter sido alcançado na terra. E é
o reconhecimento da ausência da paz e a necessidade de promovê-la a razão deste
trabalho.
Ao idealizarmos essa obra, buscamos o auxílio de nomes
expressivos de nossa literatura e artes plásticas, por sentirmos serem estes
artistas as pessoas verdadeiramente qualificadas para falar da paz, pessoas que
associam suas vidas a um processo contínuo de criação, e cuja sensibilidade
desencadeia o ciclo apaziguador de angústia/realização/equilíbrio.
Contatos gratificantes, adesões entusiasmadas, colaboração e
envolvimento, foi esta a experiência adquirida com este projeto, através do
qual trazemos ao leitor uma visão abrangente do sentido da paz.
Muitos artistas vêem-na como impossível, busca permanente;
outros a vêem como esperança a mover o mundo; alguns falam da paz interior;
outros pretendem a paz universal. A paz de uma paisagem, ou de uma imagem
vivida ou sonhada, a paz que vem do amor à natureza e a seus fenômenos, a paz
vivida e valorizada após as grande guerras. Conflitos deflagrados, ligas e
documentos em prol da paz, históricos armistícios, todos os aspectos foram
abordados, com profundidade e sabedoria, pelos artistas que ora lhes
apresentamos. O humor tampouco esteve ausente (não será este também uma grande
fonte de paz?): pinceis de diversos artistas retrataram uma paz jocosa e
otimista.
Marcam também este projeto os artistas populares que, tanto
através de trovas e poesia de cordel, como através da pintura ingênua, nos
levam à sua dimensão de paz: espontaneidade, simplicidade na maneira de
busca-la, simbolizada como aparece, na obra destes artistas, na forma de uma
flor, uma oração ou da tão aclamada pomba da paz.
Esperamos ter alcançado nosso objetivo, acreditando oferecer
ao visitante um panorama expressivo da literatura e da pintura brasileira,
voltadas para um tema de suma importância em nossos dias, para o qual tantos se
voltam, sempre com intuito de promover, estimular e concretizar a paz. Esta
mostra, ora virtual, representa a realização de uma idéia, à qual aderiram
artistas nacionais. A eles, os nossos agradecimentos; e ao visitante, a nossa
esperança de que um pouco de paz lhes chegue através dessa mostra, tanto pelo
prazer estético oferecido pelas pinturas, quanto pelos textos em prosa ou
poesia, pródigos em conceituações, sonhos e lirismo, que aos poucos e na medida
do possível publicaremos.
***
PAZarte foi o título original do projeto de arte PAZ,
elaborado em 1989 com patrocínio da Fundação Banco do Brasil, que gerou –
dentre seus filhos - exposições, livro, e, mais, contou com a valiosa
participação de pintores, poemas e poetas tais como:
ESCRITORES: Lélia Coelho Frota, João Cabral de Melo Neto,
Claudia Ribeiro, Fernando Vieira, Antonio Callado, Walmir Ayala, José Paulo
Moreira da Fonseca, Paulo Mendes Campos, Ferreira Gullar, Homero Homem, Raquel
de Queiroz, Gilberto Mendonça Teles, Marly de Oliveira, Affonso Romano de
Sant’Anna, Carlos Nejar, Paulo César Pinheiro, Stella Leonardos, Lúia Regina de
Lucena, Ronaldo Bôscoli, José Costa Leite, Alberto Beuttenmüller, Maria Lúcia
Dahl, Margarida Ottoni, Cyro Pimentel, Moacyr Laterza, Abgar Renault, Neson
Senise, João Domingues Maia, Américo Jacobina Lacombe, Maria Cecília Motta,
Márcia Peltier, Heloísa Severiano Ribeiro, Ledo Ivo, Dorian Gray Caldas, Billy
Blanco, José Lino Grünewald, Olga Savary, Carlos Drumond de Andrade, Jair
Desidério da Silva, Geraldo Pinto Rodrigues, Carlos Emílio Correa Lima.
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PINTORES: Carlos Scliar, Pietrina Checcacci, Amaury Chaves,
Francisco Brennand, Jamilson Pedra, Antônio Poteiro, Bellá Paes Leme, Ângelo de
Aquino, Fukuda, Glauco Rodrigues, Fernando P., Eduado Camões, Robéri Gomes,
Renato Sá, Reynaldo Fonseca, Márcia Barrozo do Amaral, Frank Schaeffer, Newton
Mesquita, Fani Bracher, Inimá de Paula, Marília Kranz, Carlos Araújo, Afrânio
Casto Branco, Antonio Maia, Eduado Zimmermann, Octávio Hurtado, Gil Vicente,
Roberto Feitosa, Roberto Lúcia, César Villela, Emammanuel Nassar, Armando
Merege, Fenando Lopes, Jenner Augusto, José Guedes, Fernando Calderari, Lielzo
Azambuja, Nair DE Carvalho, Aldir Mendes de Souza, Maria Cecília Motta, Raul da
Matta, Calasans Neto Rosina Becker do Valle, Fernando Coelho, Enio Pippçman,
Cláudio Tozzi, Maurício Magalhães, Inos Corradin, Raul Córdula, Doran Gray
Caldas, Takashi Fukushima, César Romero, Mauricio Arraes, Sérgio Bopp, Thereza
Carvalho, Ivan Freitas, Carlos Bastos, Ton Marmel, Carlos Anesi, Lourenço,
Carlos Bracher.
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