PENSAR DIFERENTE NÃO FAZ DE ALGUÉM SEU
INIMIGO – "A vida não é uma pergunta a ser respondida. É um mistério a ser
vivido." (Buda).
Pensar sobre política não é ruim e é
interessante que as pessoas estejam participando mais da vida pública do país,
conversando mais sobre os problemas que se está vivendo.
Mas participar da vida política também
requer do cidadão um estômago forte, cabeça fria e coração manso, pois se deve
estar racionalmente avaliando e questionando a forma como se acha melhor que o
país deva ser administrado.
Ou seja, o seu interlocutor – seja ele um
avatar teclando loucamente em uma rede social ou o seu melhor amigo lançando
perdigotos em um debate acalorado – não é seu inimigo, em tese.
Afinal, de um modo geral, o seu
interlocutor pode ser que esteja no mesmo barco e, também em tese, pode ser que
compartilha com você um mesmo objetivo comum que é de uma vida melhor para
todos, e não apenas para seus companheiros partidários e asseclas seguidores.
Assim, manter um mínimo de civilidade é
importante, até porque o país continua depois que campanhas eleitorais terminam
e que investigações são finalizadas. Além disso, o mundo não começou ontem e
muito menos acabará amanhã, ao que se saiba.
Entretanto e apesar dos pesares e penares,
sempre existem pessoas que parecem que não aceitam serem questionadas. Talvez,
essa não aceitação, seja para afastar os medos e inseguranças sobre suas
próprias convicções e crenças; e ainda existem outras pessoas que acham que
exercer sua cidadania é xingar ou difamar alguém. Talvez porque aceitem tudo o
que é dito a elas sem refletir ou fazer um exercício básico de lógica.
Está certo que – por acreditamos que nossos
pontos de vista estão corretos – defendemos nossos pensamentos e ideias com o
corpo e a alma. Mas, espera lá! Isso não os faz únicos. Afinal, uma outra
pessoa pode defender que a forma mais correta de acabar com a fome, as violências,
as guerras, as injustiças sejam por outros caminhos.
Além disso, é fácil encontrar respostas
para questionamentos pessoais em pessoas que escrevem sob um ponto de vista
totalmente diferente do seu. E, acredite, o mesmo já aconteceu para muita gente
e pode acontecer com você também.
Além disso, é através desse diálogo e
embate de ideias e propostas que pode sair um vetor resultante que poderá
apontar para uma direção, dependendo da correlação de forças envolvidas, dos
atores dedicados a isso, da aceitação dessas propostas pelo restante de uma
sociedade. E não da vontade de um pequeno grupo, pois, por outro lado, toda
unanimidade é burra!
Além disso, sabemos que é duro acreditar
nisso, neste momento. E, pior: com as redes sociais distribuindo granadas à população
para que entre em uma guerra fratricida custeada por grupos ligados ao governo,
dentre outros, os conhecidos M.A.V's, que são grupos de militantes pagos
(Movimentação em Ambiente Virtual) que integram grupos de militantes políticos
e de polícia política na internet preparados para confundir incautos e
distraídos com falsos argumentos e fontes duvidosas, criadas, inventadas.
O "MAV” — Mobilização em Ambientes
Virtuais, trata-se de um grupo criado pelo PT e partidos de esquerda ligados ao
governo para vigiar a internet e patrulhar as redes sociais que age, de um modo
geral, do seguinte modo: Uma personalidade mais ou menos conhecida faz alguma
afirmação em qualquer rede social e se algum petista ou esquerdista discordam,
eles partem pra cima. O mesmo se dá no Facebook. Palavras de ordem e
boçalidades contra a oposição e o jornalismo independente são replicadas em
penca em centenas de sites, blogs etc. Trata-se, obviamente, de uma forma de
fraudar as redes sociais.
Mas vamos discutir os argumentos que
embasam as diferentes posições e não chamar o outro de canalha ou burro,
direita-fascista ou esquedopata-idioticida e travar por aí uma guerra e luta de
vida ou morte.
Assim, a saída para contrapor uma voz não é
um xingamento e muito menos uma agressão física, mas sim outra ideia, outra
tonalidade de voz e não berros ensurdecedores.
Afinal, discordo do que defendem vários
colegas de profissão, mas não quero que eles sejam atacados e discriminados
simplesmente por manifestarem seus pensamentos e ideias, muito embora vários
deles utilizem os aparelhos de comunicação para disseminar o ódio, ideias
demoníacas, distorcidas, doentias, hipócritas, antiéticas, etecétera.
Pelo contrário, desejo que se fortaleçam,
bem como as vozes dissonantes a eles, de forma a contemplar devidamente o
espectro ideológico, garantindo ponto e contraponto, peso e contrapeso à
democracia.
Então, lembro de Voltaire, EU DISCORDO DO
QUE VOCÊ DIZ, MAS DEFENDEREI ATÉ A MORTE O SEU DIREITO DE DIZÊ-LO. E, lembrando
disso, também lembro aos discursantes que incitam à violência a terceiros, indo
contra o que está determinado pela Constituição e demais leis, que esses terão
que responder legalmente após haverem discursado, falado, publicado, escrito,
divulgado, repassado em rede social, e que isso não se trata de censura, mas de
respeito às leis e instituições vigentes.
Por outro lado, várias pessoas simplesmente
repetem mantras que leem na internet, ouvem em bares, desde que concordem com
aquilo, sem parar para pensar se aquilo é verdade ou não; ou seja, desde que
isso sirva na sua matriz de interpretação do mundo! Então, retuita-se,
compartilha-se, curte-se com a rapidez e facilidade de simples digitar de
algumas letras e apertar de teclas através de dedos vorazes por aparecer e
divulgar seus donos, mantendo-os em evidência, mesmo que essa evidente
insistência em querer que sua imagem permaneça em exposição em rede social
possa revelar que trata-se de uma pessoa até mesmo ignorante, estupida, imatura, pessoa a
quem faz falta uma maior leitura, reflexão, equilíbrio, inteligência e muito mais adjetivos positivos.
É um tal de nós contra eles cego, de
vermelhos contra verdes-amarelos que utiliza técnica de desumanização, tornando
esse outro uma coisa sem sentimentos.
É mais fácil pensar de forma binária, preto
no branco, os de lá, os de cá. “Ah, mas você faz isso!'' Muitos de nós, em
alguma medida, já fizeram e fazem ainda, infelizmente. Mas é como percebemos
isso e atuamos para mudar nossas atitudes que realmente conta. Afinal, ninguém
nasce pronto e acabado.
Pois, caso contrário, a vida vai ficando
mais pobre, paramos de evoluir como humanidade. Do outro lado sempre estará um
monstro e do lado de cá os santos. Isso sem contar a impossibilidade de
apreciar tudo o que o outro tem de melhor.
Assim, deixo a sugestão de que se busque a
tolerância no diálogo, mesmo que firme e duro, e se perguntem, a todo o
momento, se as informações e fontes que usam são confiáveis e fazem sentido,
uma vez que nossa natureza não é de certezas e sim de dúvidas e falhas que só
poderão ser melhor percebidas no tempo histórico.
NAMASTÉ
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