Peço desculpa, mas tenho sexo, não tenho gênero.
Esta crônica não é sobre as declarações de Gentil Martins.
Não penso que a homossexualidade seja uma anomalia, nem sequer entro nessa discussão.
Essa crônica é sobre uma verdadeira anomalia: a anomalia politicamente
correta que nos rouba uma parte de nossa identidade: A de sermos homens ou
mulheres.
O disparate chegou de onde menos se esperaria: Londres. No metrô deixou de
haver “senhoras e senhores”. Passou tudo a ser tratado como simples “hello
everybody”; uma espécie de “olá malta”.
Mas há pior. No Canadá um pai conseguiu que o Estado não indicasse o sexo
do filho no documento de identidade. Por que? Para, disse ele, não limitar suas
escolhas baseado apenas no exame dos órgãos genitais”. O pai decidiu, e o
Estado aceitou, que a criança não fosse menino ou menina.
Quando se chega a esse ponto já se ultrapassaram os limites da razoabilidade.
É tempo de afirmar, com toda clareza, que uma coisa é o sexo com que nascemos.
Outra coisa, bem diferente, são as preferências sexuais que mais tarde
descobrimos.
Somos do sexo masculino se tivermos um cromossoma Y
e um cromossoma X. Somos do sexo feminino se tivermos dois cromossomas X.
É esse o ponto de partida, não tem de ser de
chegada.
Esse ponto de partida não tira direitos de ninguém. Fazê-lo desaparecer é,
pois, uma violação da nossa identidade.
Sermos homens ou mulheres não é uma construção
cultural: É UMA CONSEQUÊNCIA DA NOSSA BIOLOGIA.
Ao longo de milhares de milhões de anos a natureza desenvolveu a reprodução
SEXUADA pois ela é indispensável à evolução de organismos complexos. Existirem dois sexos é uma consequência da
evolução das espécies. Negar essa identidade é tão analfabeto como negar a
evolução.
A defesa dos direitos de todas as tendências sexuais não se faz acabando
como os sexos e substituindo-os por gêneros.
A defesa das minorias não se faz tratando todos por malta em vez de usar
uma solução clássica e bem educada.
Homossexualidade não é uma anomalia.
Anomalia é querer escravizar todos a uma ideologia
de gênero que pretende esvaziar-nos de uma parte de nossa identidade como
homens ou como mulheres, incluindo-nos como gays ou como lésbicas.
Perdoe-me, pois, a nova polícia dos costumes e da linguagem: Eu tenho sexo.
Mas ninguém tem nada a ver com o meu gênero.
(Opinião de José Manuel Fernandes)
PS.: De acordo com o dicionário Priberam, a palavra MALTA é entendida como “de
origem duvidosa”
substantivo feminino
1. Reunião de gente de baixa condição. = ESCÓRIA, RALÉ, RANCHO
2. Grupo de trabalhadores agrícolas que se desloca, temporariamente, à procura de trabalho. = MALTESARIA, MALTESIA
3. Grupo de pessoas de má índole ou desordeiras. = BANDO, CATERVA, SÚCIA
4. Gente sem escrúpulos, sem .caráter .
5. [Informal] Grupo de pessoas com .atividades ou interesses afins. = PESSOAL
6. Vida de divertimento e ociosidade. = FARRA, GANDAIA
"malta", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha],
2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/malta [consultado em
21-09-2017].
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