O espanhol era guiado pelos ideais iluministas do século 17
A filosofia segue contemplando o tempo, como descreve o
artista espanhol Francisco Jose de Goya y Lucientes na legenda da gravura Pobre
e nua vai a filosofia. Nua, de fato, ela não está, apesar das roupas em
farrapos. Nos pés, porém, não há calçados. Um livro aberto na mão direita e
outro fechado na esquerda, sugerindo que o conhecimento está ali disponível.
Com base em um poema de Petrarca, Goya escreveu a descrição da imagem e traçou
um rosto ingênuo com olhos indagadores voltados para o céu. A figura estaria
apresentando uma ruptura à tradição e anunciando o advento da arte moderna,
segundo Tzvetan Todorov, no livro Goya à sombra das Luzes.
Goya
representa pensamento e arte de vanguarda, em um cenário onde imagem esteve
sempre associada a maneira de pensar, ver e produzir arte. “Somente quando nós.
habitantes do século 19, lançamos um olhar sobre a evolução das artes da imagem
na Europa, ao longo dos 200 anos que acabam de passar, é que somos levados a
constatar: produziu-se uma subversão durante esse período da história, e Goya é
o artista que, certamente não o único, mas melhor do que ninguém, pressentiu os
novos caminhos que se abriram à sua arte e esboçou alguns primeiros passos por esses caminhos”, descreve
Todorov.
(Fonte:
Vanessa Aquino, via Correio Braziliense)
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