Encontrei por acaso essa crônica de Maria Paula publicada há
pouco mais de um mês na Revista que circula aos domingos, como encarte do jornal Correio Braziliense, e também por estarmos
no inicio de um ano novo achei oportuno o seu compartilhamento.
Mas, sob o título de “Honrando
quem se ama” a cronista inicia dizendo que “ao escrever esse título, pensei
várias vezes se “honrando” não era um termo velho demais. Cheguei à conclusão
de que é. Mas resolvi não mudá-lo, preferi tentar entender por que “honrar” soa
tão fora de moda.
Parece-me que o termo vai caindo
mais e mais em desuso à medida que o sentido se perde na deselegância dos
tempos presentes. Mal se vê o outro, dedicar-lhe honrarias então? Expressar
respeito e reverência a alguém, fazer suas escolhas levando em conta os
sentimentos dessa pessoa, esse tipo de dedicação está desaparecendo.
Infelizmente, são bastante comuns situações em que maridos dizem grosserias às
esposas, filhos gritam com os pais, irmãos perdem a linha uns com os outros.
Diria até que é um padrão comum, esse de tratar mal justamente aquele a quem
mais se ama.
Um verdadeiro contrassenso, que precisa ser firmemente
combatido nos detalhes mais inocentes do nosso dia a dia."
E continua, Maria Paula: “Vou dar um exemplo de uma situação
boba, que acabou por me inspirar bastante.
Estávamos à mesa, eu e meus dois filhos, quando o pequeno deu
um arroto e, com os olhinhos bem abertos, pediu desculpas. A mais velha, rindo,
comentou que não precisava se desculpar pois estávamos só nós... Todos em casa!
Nesse momento, eu disse a eles que as desculpas eram
importantes, sim! Que é para quem a gente mais ama que devemos oferecer nossos
melhores modos.
E, a partir de então, estou ainda mais atenta para
aproveitar cada chance de domar meu mau humor, minha impaciência, meus maus
modos, a arbitrariedade de minhas manias, minhas irritações, meus bichos,
enfim.
Meu desejo autêntico de dar o meu melhor a quem mais amo me
tirou da zona de conforto e me fez crescer, reavaliar cada atitude, cada
crença.
Relacionar-se bem é coisa complexa, mas cada pequeno passo
pode nos aproximar de quem amamos, em vez de nos afastar.
Tem o ditado que diz que não adianta ser bom, tem que
parecer bom. Eu diria que, além de amar, temos que aprender a demonstrar amor.
Até porque não há nada mais delicioso que sentir que
merecemos a honra do amor e respeito de alguém.”
Afinal, gente-favela
é aquela que traz em si todo tipo de “barraco”, e confusão (ao menos visual) lembra pobreza e
dificuldade de visão – no mínimo de espírito – e pobreza não é algo bom e desejável,
muito embora quem more em favela e barraco não seja necessariamente barraqueira
e desrespeitosa.
PS. ("post scriptum", depois do escrito): A Maria Paula que mencionei e que escreveu a crônica que citei, além de ser jornalista, é mãe, e trabalha no programa humorístico Caceta e Planeta, é a dona Caceta.
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