(#TonMarMel)
“Conta-se que um dervixe, ao
regressar de uma peregrinação, se hospedou na choupana de um camponês que o
acolheu com grande cordialidade.
Uma semana depois, a mulher do
camponês lhe disse:
- Homem, manda embora esse dervixe
(dervixe é um religioso mulçumano). Se ele continuar a comer tanto, deixa-nos
na miséria.
Respondeu o marido:
- Não posso fazer tal coisa, mulher;
seria pecado expulsar de casa um homem tão santo e virtuoso!
Decorrida outra semana, a mulher
voltou a insistir.
-Manda embora o dervixe. Já não há o
que comer em casa.
À vista disso, o camponês resolveu-se
a despedir o hóspede importuno. Encontrou-o no jardim, descansando em branda
relva, absorto em profunda meditação.
Disse-lhe:
- Rendo-te, senhor, graças pela
visita que fizeste ao meu humilde tugúrio (cabana). É justo, porém, que outros
gozem também de semelhante honra. Já comemos as últimas tâmaras.
O santo homem inclinou a cabeça e
respondeu:
-Pois sim, meu filho. Longe de mim a
idéia de querer abusar da tua hospitalidade. Acorda-me amanhã ao romper do dia,
para continuar a sagrada viagem.
Na manhã seguinte, quando as estrelas
se apagavam no céu, o camponês foi despertar o dervixe. Sacudiu-o pelo ombro a
fim de arrancá-lo do sono:
- Levanta-te, meu bom amigo, que o
galo já cantou!
Exclamou o dervixe:
- Oh! ainda tens um galo!...
E virando-se para o outro lado,
continuou a dormir...”
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Moral da estória: Enquanto houver um galo a ser comido não se larga a rapadura. (O Dervixe e o Galo: Conto infantil atribuído ao famoso escritor brasileiro de nome Julio Cesar de Melo e Sousa, conhecido pelo pseudônimo de Malba Tahan, autor consagrado de O Homem que Calculava e dezenas de outras obras).
Ton MarMel.
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Moral da estória: Enquanto houver um galo a ser comido não se larga a rapadura. (O Dervixe e o Galo: Conto infantil atribuído ao famoso escritor brasileiro de nome Julio Cesar de Melo e Sousa, conhecido pelo pseudônimo de Malba Tahan, autor consagrado de O Homem que Calculava e dezenas de outras obras).
Ton MarMel.
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