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Bem-vind@ à página artística de anTONio MARtins MELo (TON MARMEL, MarMel, MARTMEL, TONMARMEL), artista visual que desde infante manifestou talento para pintura, desenho, escultura, frequentou a faculdade de Arquitetura e Urbanismo, é Advogado pós-graduado, recebeu vários prêmios, participou de salões de artes, exposições individuais, coletivas, possui Currículo oficial na plataforma Lattes - CNPQ do governo do Brasil, https://lattes.cnpq.br/0798690696791139

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sexta-feira, agosto 29, 2025

A VIDA É MUITO CURTA PARA SE SER MEDÍOCRE

 "Cuidado, a vida é muito curta para ser pequena. É preciso engrandecê-la. E, para isso, é preciso tomar cuidado com duas coisas: a primeira é que tem muita gente que cuida demais do urgente e deixa de lado o importante. Cuida da carreira, do dinheiro, do patrimônio, mas deixa o importante de lado. Depois não dá tempo.

 

 

A VIDA É MUITO CURTA PARA SE SER MEDÍOCRE

 

A segunda grande questão é gente que se preocupa muito com o fundamental e deixa o essencial de lado. O essencial é tudo aquilo que não pode não ser: amizade, fraternidade, solidariedade, sexualidade, religiosidade, lealdade, integridade, liberdade, felicidade. Isso é essencial. Fundamental é tudo aquilo que te ajuda a chegar ao essencial. Fundamental é a tua ferramenta, como uma escada.
 
Uma escada é algo que me ajuda a chegar a algum lugar. Ninguém tem uma escada para ficar nela. Dinheiro não é essencial. Dinheiro é fundamental. Sem ele, você tem problema, mas ele, em si, não resolve. Emprego é fundamental, carreira é fundamental. O essencial é o que não pode não ser. Essencial é aquilo que faz com que a vida não se apequene. Que faz com que a gente seja capaz de transbordar. 
 
Repartir vida. Repartir o essencial, a amizade, a amorosidade, a fraternidade, a lealdade. Repartir a capacidade de ter esperança e, para isso, ter coragem. Coragem não é a ausência de medo.
 
Coragem é a capacidade de enfrentar o medo. O medo, assim como a dor, é um mecanismo de proteção que a natureza coloca para nós. Se você e eu não tivermos medo nem dor, ficamos muito vulneráveis. Porque a dor é um alerta e a dor nos prepara. É preciso coragem para que a nossa obra não se apequene. E, para isso, precisamos ter esperança.
 
E, como diziam, “tem de ser esperança do verbo esperançar”. Tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. “Ah, eu espero que dê certo, espero que resolva, espero que funcione.” Isso não é esperança. Esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir. Esperançar é achar, de fato, que a vida é muito curta para ser pequena. E precisamos pensar se estamos nos dedicando ao importante em vez de ao urgente. Tem gente que diz: “Ah, mas eu não tenho tempo”. Atenção: tempo é uma questão de prioridade, de escolha.
 
Quando eu digo que não tenho tempo para isso, estou dizendo que isso não é importante para mim. Cuidado, você já viu infartado que não tem tempo? Se ele sobreviver, ele arruma um tempo. O médico dizia “você não pode fazer isso, tem de andar todos os dias”. Se ele infartar e sobreviver, no outro dia você vai vê-lo, às 6 horas da manhã, andando. Se ele tinha tempo, que ele teve de arrumar agora, por que não fez isso antes? Você tem tempo? Se não tem, crie. Talvez precisemos rever as nossas prioridades. Será que estamos cuidando do urgente e deixando o importante de lado? Será que não estamos atrás do fundamental, em vez de ir em busca do essencial? E assim, contribuir com meu verso!"
 
A VIDA É MUITO CURTA PARA SER MEDÍOCRE, por isso não devemos viver de forma banal, fútil, superficial, mas buscar uma existência plena, significativa e que se destaque positivamente. Essa postura implica em não se contentar com o mínimo, mas sim em cultivar a coragem, o conhecimento e a dedicação para fazer o melhor dentro das nossas condições.
 
 

terça-feira, agosto 12, 2025

QUAL O LIMITE ENTRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO, A PIADA E O CRIME?

 “Liberdade de expressão não é salvo-conduto para canalhice. A piada pode cutucar, provocar, escancarar o ridículo do poder — mas não pode servir para esmagar quem já vive sob o peso da exclusão.

 

A liberdade de expressão é um direito fundamental, mas não é absoluta. Ela encontra limites na proteção de outros direitos, como a honra, a imagem e a dignidade das pessoas. O que pode ser considerado uma simples piada para alguns, pode configurar crime de injúria, difamação ou até mesmo incitação ao ódio para outros, dependendo do contexto e do conteúdo da mensagem.  O LIMITE ENTRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O CRIME:  LIBERDADE DE EXPRESSÃO: Permite a manifestação de ideias, opiniões e pensamentos, incluindo o humor e a crítica.  CRIME: Acontece quando a liberdade de expressão é usada para cometer atos ilícitos, como calúnia, difamação, injúria, incitação ao ódio e discriminação.  Como diferenciar:  CONTEXTO: É fundamental analisar o contexto em que a fala é proferida, quem é o autor, qual o público-alvo e qual a intenção da mensagem.  CONTEÚDO: É preciso verificar se a mensagem ataca a honra, a imagem ou a dignidade de alguém, ou se incita à violência e à discriminação.  INTENÇÃO: A intenção do autor também é importante, mas não é o único critério. Mesmo que a intenção não seja prejudicar alguém, o conteúdo da mensagem pode ser ofensivo e configurar crime.  VULNERABILIDADE: É preciso ter atenção especial com grupos vulneráveis, como minorias, pessoas com deficiência e outros, pois suas falas podem ter um impacto maior e causar mais danos.  Exemplos:  PIADA INOCENTE: Uma piada sobre futebol, por exemplo, geralmente não causa danos e é considerada uma expressão livre.  PIADA COM DISCURSO DE ÓDIO: Uma piada que ofende, humilha ou discrimina um grupo social pode ser considerada crime.  INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA:  Uma piada que incita a violência contra um grupo social pode ser considerada crime.  O caso Léo Lins: O caso do humorista Léo Lins, que foi condenado por discursos discriminatórios em seus shows, ilustra bem a discussão sobre os limites da liberdade de expressão e o humor. A condenação, com base em leis como a Lei de Racismo e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, demonstra que a liberdade de expressão não é absoluta e que o humorista pode ser responsabilizado por suas falas.   CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:  Liberdade de expressão não é um salvo-conduto para a prática de crimes.  O humorista, como qualquer pessoa, tem responsabilidade social por suas palavras, especialmente quando o conteúdo é veiculado em plataformas digitais com grande alcance.  O debate sobre os limites da liberdade de expressão é importante e necessário para garantir que a liberdade seja exercida com respeito aos direitos fundamentais de todos.  É importante que a sociedade discuta e reflita sobre o tema, para que a liberdade de expressão seja exercida de forma responsável e ética.   ____________ #marmel #martmel #tonmarmel #antoniomartinsmelo
Ton MarMel (Qual limite entre a liberdade de Expressão, a piada e o crime?. Antonio Martins Melo. MartMel. Tonmarmel)


 

Chamar de piada uma fala que compara negros a porcos ou normaliza o incesto entre pai e filhos não é só mau gosto — é crime disfarçado de irreverência. A liberdade de expressão não deve proteger o opressor que ri enquanto o oprimido sangra.
 
O bom humor confronta estruturas, não humilha minorias. Não serve para manter a senzala de pé nem para defender abusos como se fossem liberdade artística.
 
Rir continua sendo remédio, mas precisa respeitar a dosagem. E quem se esconde atrás da palavra "piada" para propagar preconceito ou defender atrocidades precisa entender: o limite da liberdade é o outro. E ninguém tem o direito de fazer do palco uma arma contra quem já nasceu alvo.”
 
 

A liberdade de expressão é um direito fundamental, mas não é absoluta. Ela encontra limites na proteção de outros direitos, como a honra, a imagem e a dignidade das pessoas. O que pode ser considerado uma simples piada para alguns, pode configurar crime de injúria, difamação ou até mesmo incitação ao ódio para outros, dependendo do contexto e do conteúdo da mensagem.

 

O limite entre a liberdade de expressão e o crime:

 

Liberdade de expressão: Permite a manifestação de ideias, opiniões e pensamentos, incluindo o humor e a crítica.

 

Crime: Acontece quando a liberdade de expressão é usada para cometer atos ilícitos, como calúnia, difamação, injúria, incitação ao ódio e discriminação.

 

Como diferenciar:

 

Contexto: É fundamental analisar o contexto em que a fala é proferida, quem é o autor, qual o público-alvo e qual a intenção da mensagem.

 

Conteúdo: É preciso verificar se a mensagem ataca a honra, a imagem ou a dignidade de alguém, ou se incita à violência e à discriminação.

 

Intenção: A intenção do autor também é importante, mas não é o único critério. Mesmo que a intenção não seja prejudicar alguém, o conteúdo da mensagem pode ser ofensivo e configurar crime.

 

Vulnerabilidade: É preciso ter atenção especial com grupos vulneráveis, como minorias, pessoas com deficiência e outros, pois suas falas podem ter um impacto maior e causar mais danos.

 

Exemplos:

Piada inocente: Uma piada sobre futebol, por exemplo, geralmente não causa danos e é considerada uma expressão livre.

 

Piada com discurso de ódio: Uma piada que ofende, humilha ou discrimina um grupo social pode ser considerada crime.

 

Incitação à violência:  Uma piada que incita a violência contra um grupo social pode ser considerada crime.

 

O caso Léo Lins: O caso do humorista Léo Lins, que foi condenado por discursos discriminatórios em seus shows, ilustra bem a discussão sobre os limites da liberdade de expressão e o humor. A condenação, com base em leis como a Lei de Racismo e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, demonstra que a liberdade de expressão não é absoluta e que o humorista pode ser responsabilizado por suas falas.

 

 

Considerações importantes:

 

Liberdade de expressão não é um salvo-conduto para a prática de crimes.

 

O humorista, como qualquer pessoa, tem responsabilidade social por suas palavras, especialmente quando o conteúdo é veiculado em plataformas digitais com grande alcance.

 

O debate sobre os limites da liberdade de expressão é importante e necessário para garantir que a liberdade seja exercida com respeito aos direitos fundamentais de todos.

 

É importante que a sociedade discuta e reflita sobre o tema, para que a liberdade de expressão seja exercida de forma responsável e ética.

 

 

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sexta-feira, junho 13, 2025

SER OU TER - ESPÍRITO VERSUS MATÉRIA - MULHER TROFÉU – TEÚDA E MANTEÚDA – ONDA DE RETROCESSO – O LADO INÚTIL DA INTERNET

 Um troféu é um prêmio, insígnia ou objeto que simboliza uma vitória, conquista ou reconhecimento de mérito, geralmente em competições esportivas ou eventos comemorativos. Pode ser uma taça, estátua, medalha, ou qualquer outro objeto que represente a celebração da vitória. 

  

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Explicação Detalhada:

 

·                     Símbolo de vitória:

Troféus são objetos que são dados como recompensa ou lembrança de uma vitória, sejam em esportes, competições, ou outras atividades. 

 

    Reconhecimento do mérito:

Eles podem ser dados para reconhecer conquistas individuais ou de equipe, como por exemplo, um troféu de melhor jogador de um torneio. 

 

    Significado histórico:

No passado, os troféus eram frequentemente relacionados à guerra, com objetos como armas e outros despojos de guerra sendo exibidos como símbolo de vitória. 

 

    Formas variadas:

Os troféus podem ter diferentes formas e materiais, dependendo do evento ou do objetivo do prêmio. 

 

    Significado cultural:

Troféus podem ter um significado cultural específico, dependendo do contexto em que são dados, podendo ser um símbolo de orgulho e tradição. 

 

    Diferença entre troféu e medalha:

Enquanto o troféu é um objeto único, a medalha pode ser um símbolo de reconhecimento em vários níveis, como ouro, prata ou bronze, indicando diferentes colocações em uma competição. 

·                      

Em resumo, um troféu é um prêmio que celebra uma conquista, seja ela uma vitória esportiva, um reconhecimento de mérito ou um símbolo de celebração em eventos especiais.

 

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SER OU TER

 

A questão de "ser ou ter" é um conceito filosófico e psicológico que explora a diferença entre a busca por bens materiais (ter) e a busca por um estado de ser, uma identidade, e um significado (ser). A obra "Ter ou Ser?" de Erich Fromm é um exemplo de análise profunda deste tema. 

Exploração do Conceito:

 

  • Ter:

Refere-se à posse de objetos, bens materiais, e a experiência de ter algo como parte de um estado de posse, o que pode levar a relacionamentos possessivos e a uma sensação de dependência. 

 

    Ser:

Relaciona-se com a experiência de ser uma pessoa, com a autoconsciência, a capacidade de amar e de criar, e a busca por uma identidade autêntica. 

  •  

O impacto de "Ter ou Ser":

 

  • A busca excessiva pelo "ter" pode levar a um sentimento de insatisfação e a uma busca constante por mais, enquanto o "ser" promove uma sensação de plenitude e significado, mesmo sem a necessidade de grandes conquistas materiais. 
  •  

    O "ser" pode ser visto como uma forma mais duradoura de existência, enquanto o "ter" é algo que pode ser perdido ou temporário. 

 

    A busca pelo "ser" pode levar a uma maior capacidade de conexão com os outros e a uma maior experiência de vida. 

  •  

Em resumo:

 

"Ser" é sobre a essência, a identidade, a autoconsciência e a capacidade de criar, enquanto "ter" é sobre a posse de bens e a experiência de ter algo que se possa controlar. A busca pelo equilíbrio entre "ser" e "ter" é essencial para uma vida mais plena e significativa. 

 

 

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TEÚDA E MANTEÚDA

 

"Teúda e manteúda" é uma expressão arcaica em português que se refere a alguém que é "tida e mantida", ou seja, que é sustentada financeiramente e não tem responsabilidade de prover para si mesma. Em outras palavras, é alguém que é amasiada ou que vive como amante e é sustentada por um homem. 

 

Explicação:

 

  • Teúda:

Significa "tida", no sentido de ser considerada, ou ter como seu estado atual, especialmente em um contexto de relacionamento amasiado.

 

  • Manteúda:

Significa "mantida", no sentido de ser sustentada financeiramente por outro. 

  •  

A expressão "teúda e manteúda" é frequentemente usada para descrever a situação de uma mulher que vive com um homem e é sustentada por ele, sem trabalhar ou contribuir financeiramente. 

 

Exemplos:

  • "Ela era teúda e manteúda pelo seu amante, vivendo sem preocupações financeiras."
  •  
  • "A personagem da história é descrita como uma mulher teúda e manteúda por um homem rico." 

 

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ROTINA DA MULHER TROFÉU

 

 

Esposa Troféu não é aquela que está contigo só porque você banca tudo e deixa ela em casa sem fazer nada, o nome disso é esposa produto. A verdadeira esposa troféu tem virtudes, princípios sólidos e permanece contigo independente das circunstâncias. Ela fornece sabedoria e apoio emocional fortalecendo a união do casal em qualquer adversidade.

 

Esse é o valor genuíno de uma esposa troféu. Muito diferente da esposa produto, que tem preço, não valor, e é encontrada em qualquer esquina e é arrematada por quem paga mais caro. A esposa produto não é fiel a você, mas sim ao seu patrimônio, e o que ela oferece na relação rapidamente passa da validade, porque seu principal ativo se desgasta com tempo e sai com água e sabão.

 

Agora uma esposa troféu de verdade, com caráter, lealdade e cumplicidade, meu amigo, isso não tem prazo de validade.

 

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Esposa troféu': viral do TikTok esconde dramas da realidade da mulher

 

 

Em 2024, é possível que em algum momento você tenha se deparado com o termo "esposa troféu" nas redes sociais. Essa expressão ganhou força no Brasil após algumas influenciadoras começarem a compartilhar a rotina, clamando pelo pertencimento a esta categoria de estilo de vida.

 

Na teoria, uma "esposa troféu" é aquela mulher que, no relacionamento, tem o papel importante de fazer o casal ser bem-visto perante a sociedade. Diante do contexto das relações heterossexuais, o "troféu" da expressão faz referência direta ao homem.

 

Esposa "troféu" de quem? Do homem vitorioso!

 

Na dinâmica que viralizou nas redes sociais, os papéis de gênero são bem estabelecidos, sem dúvidas sobre as tarefas da mulher: manter a aparência impecável, atender aos padrões de beleza mais exigentes e cultivar boas relações sociais, afinal, o troféu precisa ser exibido.

 

Nas declarações das próprias mulheres que são adeptas do comportamento, fica claro que, além do casal, outro fator de grande relevância no relacionamento é o dinheiro.

 

 

A verdadeira "esposa troféu" não trabalha, não precisa fazer as tarefas domésticas, tem tempo livre para se dedicar a atividades como academia, ioga e outras que lhe garantirão a boa forma, além de vestir roupas de grife, ser cliente frequente de salões de beleza e desfrutar do alto padrão de vida.

 

Na sociedade capitalista, manter uma "esposa troféu" exige um custo alto que pode atingir níveis bilionários. É com a promessa de luxo e conforto que esse estilo de vida está chamando cada vez mais atenção e atraindo mulheres jovens, principalmente.

 

"Me julguem, mas é meu sonho", "só queria ser uma esposa troféu", "Deus, por favor, faça esse milagre na minha vida" são alguns dos comentários em publicações no TikTok sobre o tema.

 

O homem 'red pill'

 

Enquanto o estilo de vida da "esposa troféu" desperta cada vez mais a curiosidade, também emergem nas redes sociais discursos que visam captar a atenção masculina. Nos últimos anos, o termo "red pill" entrou nas discussões sobre gênero e relacionamento.

 

Referência ao filme "Matrix" (1999), o termo é utilizado por movimentos que defendem a masculinidade dominante. Nesse contexto, homens buscam resgatar tradições patriarcais e conservadoras, acreditando que o sucesso financeiro é essencial para se tornarem dominadores. Para eles, um homem vitorioso deve exibir seu triunfo através de símbolos sociais como casamento, carreira e família.

 

O movimento "red pill" e o estilo de vida da "esposa troféu" estão diretamente conectados, pois ambos resgatam valores patriarcais, diferenças de gênero e promovem elementos conservadores do matrimônio.

 

Dramas reais, discursos ilusórios

 

Não ter compromisso com afazeres domésticos, não precisar trabalhar e, mesmo assim, desfrutar de um alto padrão de vida pode parecer um sonho para muitas. No entanto, ser uma 'esposa troféu' não garante que isso seja facilmente alcançado.

 

Após a viralização do tema, especialistas e outras influenciadoras começaram a alertar sobre as condições não mencionadas nos vídeos. A realidade é que poucas mulheres realmente usufruem da vida de uma esposa troféu. Nas redes sociais, falta esclarecimento sobre esse estilo de vida e a realidade de ser uma dona de casa não remunerada.

 

Claudia Petry, pedagoga especialista em sexologia, analisa que o discurso da "esposa troféu" perpetua a ideia de que a valorização da mulher está diretamente ligada ao seu valor material e ao seu relacionamento com um homem rico.

 

"Isso diminui a autonomia e a liberdade de escolha das mulheres, colocando-as em uma posição de dependência econômica e emocional em relação aos parceiros. Esse discurso reforça estereótipos de gênero, sugerindo que as mulheres devem buscar segurança financeira e status social por meio do casamento, em vez de buscar sua própria realização pessoal e profissional".

 

Ela também relaciona o estilo de vida com a questão da dependência emocional e os problemas que isso pode causar. "Esse tipo de relacionamento pode ser abusivo, pois a dependência financeira pode deixar as mulheres vulneráveis à manipulação, controle e violência por parte do parceiro. Elas podem se sentir presas em um relacionamento tóxico, onde são silenciadas e não têm liberdade de expressar suas opiniões, tomar suas próprias decisões ou buscar a felicidade individualmente".

 

Claudia Petry ainda traz a reflexão acerca da mulher troféu estar alinhada com os padrões de beleza. "Quando a mulher envelhece ou não corresponde mais aos padrões, ou ao desejo sexual estabelecido, ela pode enfrentar o risco de ser rejeitada ou substituída por uma mulher mais jovem, ou considerada mais atraente. Isso leva a um sentimento de desvalorização e perda de autoestima, em que a mulher pode se sentir sem valor fora do contexto da aparência física", analisa.

 

Uma pesquisa de 2013 realizada pelo DataSenado revelou que 46% das mulheres vítimas de violência doméstica não denunciam o agressor às autoridades devido à dependência financeira do parceiro. Esse motivo foi o segundo mais citado, ficando atrás apenas do 'medo do agressor' e à frente da 'preocupação com a criação dos filhos'. Ser uma esposa troféu pode tornar esse receio ainda mais real.

 

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Esposa troféu: como a onda do retrocesso se espalha pelas redes

  

Multiplicam-se os vídeos de mulheres que glorificam a vida dedicada exclusivamente ao lar ou só a aparecer, toda linda, ao lado do marido

 

À MODA ANTIGA - Dona de casa do passado: moldada para cuidar da casa (iStock/Getty Images)

 

Quando, em meados do século passado, a mulher deixou de ser unicamente dona de casa e integrou-se de vez a...

 

Quando, em meados do século passado, a mulher deixou de ser unicamente dona de casa e integrou-se de vez ao mercado de trabalho, imaginou-se ser este um caminho sem volta, por liberá-las da dependência dos maridos e lhes permitir sentir o gosto inédito da liberdade de escolha. De fato, as mulheres nunca mais foram as mesmas. Mas, em tempos de redes sociais, com sua ânsia inesgotável por novidade e capacidade de agregar simpatizantes de tudo o que é causa, uma onda de retrocesso se pôs em marcha. Embaladas nela, senhoras de todas as idades se propõem a retomar o ideário conjugal dos anos 1950, dedicação em tempo integral ao marido, aos filhos e aos afazeres domésticos — uma marcha à ré estampada na hashtag #tradwife (esposa tradicional), que conta atualmente com mais de 30 000 publicações. Espelhadas na canadense Cynthia Loewen, uma ex-miss que desistiu da medicina e mantém desde 2019 um canal no YouTube, em que exibe sua rotina de se embonecar, limpar a casa, cozinhar e cuidar dos dois filhos pequenos, tradwives no Brasil e no exterior utilizam os meios digitais para exaltar um modo de vida frequentemente aliado ao discurso de respeito à religião cristã e de submissão à liderança masculina.

 

A gaúcha Luiza Maciel, de 27 anos, era confeiteira quando decidiu se casar e se dedicar exclusivamente ao lar, no ano passado — um projeto de vida executado por iniciativa dela, diga-se. “Quando começamos nosso relacionamento, eu já sabia que queria ser uma dona de casa. Meu marido, que vem de uma família com valores tradicionais, gostou da ideia”, relata Luiza. “Meu maior sonho era ser mãe, e seguir esse modelo foi conveniente para mim”, acrescenta. A historiadora da Unicamp Gabriela Trevisan chama atenção para um fator incômodo nessa volta ao passado: a tendência a julgar negativamente aquelas que não seguem o mesmo caminho. “O discurso da dona de casa é questionado pela modernidade. Mas a repercussão desses vídeos coloca a opção como algo inquestionável, irrepreensível tanto no âmbito moral quanto no religioso”, alerta.

 

Uma variação das tradwives tende a glorificar um conceito ainda mais extremo: as trophy wives, esposas bonitas e bem cuidadas cuja única obrigação é fazer boa figura ao lado do marido rico e poderoso. A expressão, que sempre teve caráter pejorativo, comparece devidamente reabilitada em vídeos nas redes sociais, compondo uma hashtag que congrega quase 40 000 publicações. “A popularização das mídias sociais e a cultura dos influenciadores e subcelebridades deram maior visibilidade a casais que exibem um estilo de vida luxuoso e desejado por outras pessoas”, destaca a psicóloga Juliane Callegaro Borsa, da UFRGS. “Essa forma de relacionamento estimula a dinâmica na qual a mulher oferece beleza e juventude e recebe em troca segurança financeira e status social.”

 

Para a catarinense Iasmyn Bernardes, 27 anos, a decisão de parar de trabalhar e abandonar os estudos se justificou pela necessidade de acompanhar o marido, cantor de música sertaneja que precisou se mudar para Goiânia. Iasmyn encara a nova vida como um investimento em si mesma. “Durante a semana minha rotina é ir para a academia, preparar de vez em quando um jantar e cuidar das nossas redes sociais”, explica. “Foi uma decisão minha ter esse estilo de vida. Se a gente vier a se separar, eu volto a trabalhar. Não me preocupo”, afirma. Esse tipo de discurso é comum entre as esposas assumidamente troféus que qualificam a escolha como uma forma de empoderamento, quando muitas vezes ela é o oposto disso: desprovidas de recursos financeiros próprios, elas acabam presas a um casamento infeliz por falta de alternativa. “Quem domina o dinheiro tem mais poder na relação, e se o homem mudar de ideia a mulher fica vulnerável, desamparada”, explica Denise Figueiredo, especialista em terapia de casal.

 

O papel de “esposa troféu”, como se sabe, pode ser complexo. A advogada Iara Sanny deixou a faculdade quando se casou, atrelou sua vida à do marido e se arrependeu. “Passava o tempo cuidando de mim fi fisicamente e acompanhando ele nos eventos”, conta. Com o tempo, cansou-se do papel e resolveu voltar a estudar, e os desentendimentos se acumularam. “Ele não gostou, mas quando comecei a buscar minha independência, não voltei mais atrás”, diz Iara, que se separou e precisou cuidar sozinha do filho. Como se vê, reverter conquistas pode até ser divertido por um tempo. Mas, a longo prazo, a maioria das mulheres prefere mesmo é ter uma relação de igualdade e respeito mútuo dentro de casa. 

 

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